São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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Geração ponto corrido molda São Paulo

Clube se escora em estrutura de comissão técnica permanente para manter a série de conquistas iniciada em 2005

Base do departamento de futebol foi montada em 2003, ano em que a fórmula comum na Europa passou a ser adotada nos Brasileiros


TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

De 2006 para cá o São Paulo se transformou num time imbatível quando o assunto é o Brasileiro de pontos corridos.
Bicampeão em 2006/07, o time do treinador Muricy Ramalho está a uma vitória de obter o inédito feito de arrebatar a competição nacional por três temporadas consecutivas.
Mas é fora de campo, com uma comissão técnica permanente montada basicamente a partir de 2003 -ano de estréia da fórmula européia de disputa no Nacional- que o clube vem fazendo a diferença contra os rivais ficar cada vez maior.
Desde então, seis treinadores passaram pelo clube. Mas todos eles trabalharam com a mesma comissão técnica -só a função de auxiliar é de indicação exclusiva dos treinadores.
Assim, o São Paulo criou profissionais que se especializaram no atual formato do Nacional, onde planejamento é essencial. Foi o que aconteceu em 2008. O time sobrou fisicamente no segundo turno. Não teve nenhum caso grave de contusão. Mérito da sua equipe que não entra em campo.
Para o médico Marco Aurélio Cunha, atual superintendente de futebol do clube e que retornou ao Morumbi no final de 2002, o São Paulo vive os frutos das suas últimas gestões.
"Ter uma equipe permanente é uma filosofia do Juvenal [Juvêncio, presidente]. Os profissionais que estão aqui criam uma identidade, um relacionamento com o clube, e isso também acontece com os jogadores", disse o superintendente.
Na montagem dessa comissão técnica, peças importantes começaram a trabalhar juntas quase que ao mesmo tempo.
Carlinhos Neves substituiu Fábio Mahseredjian na preparação física. Milton Cruz, no clube desde 94, passou a ter status de observador do time de profissionais também em 2003. Outro que seguiu o mesmo caminho foi o preparador de goleiros Haroldo Lamounier. Trabalhando com a base desde 99, foi a partir de 2003 que ele passou a treinar os goleiros dos profissionais no CT.
A esse grupo juntou-se ainda o fisioterapeuta Luís Rosan, um dos idealizadores do Reffis -centro de recuperação de atletas- para trabalhar em torno do técnico que fosse contratado pela diretoria.
"A comissão técnica permanente conhece melhor os jogadores, os problemas do clube, acompanha tudo de perto. Fica tudo mais organizado. Os profissionais que chegaram se juntaram a outros que estavam há mais tempo no São Paulo", comentou Marco Aurélio ao referir-se ao fisiologista Turíbio Leite, o médico José Sanches e ao preparador físico auxiliar Sérgio Rocha.
Um dos responsáveis por indicar a contratação da maioria dos atletas, Milton Cruz só vê benefícios. Desde 2005, quando o clube voltou a ganhar a Libertadores e também conquistou o Mundial de clubes no Japão, o São Paulo garante um título nobre por temporada.
"Os técnicos chegam com a estrutura montada. Sou um auxiliar-técnico que faz o que for preciso para ajudar", falou Milton Cruz, que comentou sobre a afinidade com o atual comandante são-paulino.
"Desde que estou aqui, Muricy é o técnico com que mais tempo trabalhei [está no Morumbi desde janeiro de 2006]. Em 96, quando ele trabalhou como técnico aqui, eu também fui seu auxiliar", afirmou Milton, que traçou o perfil do treinador em momentos decisivos.
"Ele é o que mais trabalha. Chega no CT por volta das 8h e normalmente é o último a sair, junto com o Rogério. É um treinador dedicado, direto, que fala tudo na cara."


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