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especialistas
Geração ponto corrido molda São Paulo
Clube se escora em estrutura de comissão técnica permanente para manter a série de conquistas iniciada em 2005
Base do departamento de futebol foi montada em 2003, ano em que a fórmula comum na Europa passou a ser adotada nos Brasileiros
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
De 2006 para cá o São Paulo
se transformou num time imbatível quando o assunto é o
Brasileiro de pontos corridos.
Bicampeão em 2006/07, o time do treinador Muricy Ramalho está a uma vitória de obter o
inédito feito de arrebatar a
competição nacional por três
temporadas consecutivas.
Mas é fora de campo, com
uma comissão técnica permanente montada basicamente a
partir de 2003 -ano de estréia
da fórmula européia de disputa
no Nacional- que o clube vem
fazendo a diferença contra os
rivais ficar cada vez maior.
Desde então, seis treinadores
passaram pelo clube. Mas todos
eles trabalharam com a mesma
comissão técnica -só a função
de auxiliar é de indicação exclusiva dos treinadores.
Assim, o São Paulo criou profissionais que se especializaram no atual formato do Nacional, onde planejamento é essencial. Foi o que aconteceu em
2008. O time sobrou fisicamente no segundo turno. Não teve
nenhum caso grave de contusão. Mérito da sua equipe que
não entra em campo.
Para o médico Marco Aurélio
Cunha, atual superintendente
de futebol do clube e que retornou ao Morumbi no final de
2002, o São Paulo vive os frutos
das suas últimas gestões.
"Ter uma equipe permanente é uma filosofia do Juvenal
[Juvêncio, presidente]. Os profissionais que estão aqui criam
uma identidade, um relacionamento com o clube, e isso também acontece com os jogadores", disse o superintendente.
Na montagem dessa comissão técnica, peças importantes
começaram a trabalhar juntas
quase que ao mesmo tempo.
Carlinhos Neves substituiu
Fábio Mahseredjian na preparação física. Milton Cruz, no
clube desde 94, passou a ter status de observador do time de
profissionais também em
2003. Outro que seguiu o mesmo caminho foi o preparador
de goleiros Haroldo Lamounier. Trabalhando com a base
desde 99, foi a partir de 2003
que ele passou a treinar os goleiros dos profissionais no CT.
A esse grupo juntou-se ainda
o fisioterapeuta Luís Rosan,
um dos idealizadores do Reffis
-centro de recuperação de
atletas- para trabalhar em torno do técnico que fosse contratado pela diretoria.
"A comissão técnica permanente conhece melhor os jogadores, os problemas do clube,
acompanha tudo de perto. Fica
tudo mais organizado. Os profissionais que chegaram se juntaram a outros que estavam há
mais tempo no São Paulo", comentou Marco Aurélio ao referir-se ao fisiologista Turíbio
Leite, o médico José Sanches e
ao preparador físico auxiliar
Sérgio Rocha.
Um dos responsáveis por indicar a contratação da maioria
dos atletas, Milton Cruz só vê
benefícios. Desde 2005, quando o clube voltou a ganhar a Libertadores e também conquistou o Mundial de clubes no Japão, o São Paulo garante um título nobre por temporada.
"Os técnicos chegam com a
estrutura montada. Sou um auxiliar-técnico que faz o que for
preciso para ajudar", falou Milton Cruz, que comentou sobre
a afinidade com o atual comandante são-paulino.
"Desde que estou aqui, Muricy é o técnico com que mais
tempo trabalhei [está no Morumbi desde janeiro de 2006].
Em 96, quando ele trabalhou
como técnico aqui, eu também
fui seu auxiliar", afirmou Milton, que traçou o perfil do treinador em momentos decisivos.
"Ele é o que mais trabalha.
Chega no CT por volta das 8h e
normalmente é o último a sair,
junto com o Rogério. É um treinador dedicado, direto, que fala
tudo na cara."
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