São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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AÇÃO

Na hora H


Jihad foi vice-campeão em Haleiwa, resultado que deve estimulá-lo a cuidar melhor de sua imagem fora d'água

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

ANSIEDADE E medo são sentimentos inevitáveis para os surfistas que vão para o Havaí nesta época do ano, porque, é certo, mais dia menos dia o mar vai subir e ficar desafiador. Para os profissionais, a pressão é ainda maior. Com todos os holofotes, é a hora de mostrar seu valor, e a conseqüência é literal, nos contratos de patrocínio.
Some-se a necessidade, para quem competiu o ano todo e ainda não atingiu o objetivo, de ficar entre os 44 atletas da elite mundial. Era a situação do paranaense Jihad Khodr ao chegar ao North Shore.
Em seu ano de estréia no WCT, Jihad passou a temporada flertando com a lanterna. Na divisão de acesso (WQS), disputou 12 provas, fez uma final na França e ocupava o 20º posto antes da penúltima etapa, o Reef Hawaiian Pro, em Haleiwa.
Em boas ondas, ele era o único brasileiro a partir das quartas-de-final na prova que abriu a Tríplice Coroa Havaiana. Deixou colegas de peso, como Joel Parkinson e Bede Burbidge, para trás para chegar à final.
Na decisão, superou os havaianos Kekoa Bacalso e Dusty Payne, mas perdeu por décimos (16,77 x 16,50) para Michel Bourez, que com a vitória garantiu a vaga e recolocou o Taiti no Tour após 12 anos.
De família muçulmana, Jihad cresceu nas direitas de Matinhos (PR). Campeão brasileiro em 2006, voltou a vencer em 2007, mas tem o bicampeonato sub judice por não ter comparecido ao exame antidoping quando convocado. Este ano, em outra atitude inconseqüente, disputou a etapa francesa do Tour usando uma prancha com o desenho de Bin Laden e acabou perdendo seu principal patrocinador, uma marca australiana baseada nos EUA. Uma legião de candidatos pretendia o que apenas cinco surfistas alcançaram em Haleiwa. Para o vice-campeão Jihad, com a vaga em 2009 assegurada, o resultado é daqueles de mudar o destino e deveria, ao menos, estimulá-lo a cuidar melhor da imagem quando está fora d'água.
Faltando apenas uma prova em cada divisão, ele e Adriano de Souza (sexto no WCT) são os únicos brasileiros confirmados.

MUNDIAL DE SURFE TOW-IN
A brasileira Mormaii fechou o patrocínio da prova em Jaws, Maui, Havaí, organizada pela APT e com período de espera entre fins de dezembro e março. As 24 duplas convidadas disputarão US$ 50 mil.

SHOW DO RAPPA
Show no hotel Unique nesta segunda arrecadará fundos para os ex-surfistas Taiu e Enrico, hoje tetraplégicos. Ingressos a R$ 100.

MEGARRAMPA
A superpista no sambódromo tirou Danny Way da prova logo na volta de teste, intimidou estreantes e coroou Bob Burnquist. Ano que vem promete estar de volta.

sarli@trip.com.br



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