São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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GT1 se inspira e se distancia da F-1

AUTOMOBILISMO
Categoria criada em 2010 tenta ocupar espaço deixado pela vedete da FIA

TATIANA CUNHA
DE SÃO PAULO

Ter a F-1 como inspiração, e não como concorrente.
Esta é a estratégia adotada pela GT1, categoria que corre neste fim de semana em São Paulo, ganhou da FIA o status de Mundial neste ano e agora integra o grupo dos quatro grandes da entidade -os outros são, além da F-1, o Mundial de Turismo (WTCC) e o Mundial de Rali.
Criada e organizada pelo playboy francês Stephane Ratel, 47, a categoria que reúne carros como Lamborghini, Aston Martin, Maserati e Corvette tem dois públicos- -alvo: milionários e jovens.
"A F-1 detém cerca de 95% do mercado mundial. Não podemos competir com eles. Para conseguirmos espaço, tivemos que achar um caminho diferente", explica Ratel.
Para encontrar este caminho, o ex-piloto inspirou-se em Bernie Ecclestone, o homem forte da F-1, com quem trabalhou há alguns anos. "Aprendi com ele que as coisas demoram. É preciso paciência. Como comecei jovem, queria tudo rápido."
Com seu público identificado, Ratel reinventou o que até o ano passado era conhecido como FIA GT. Fez corridas mais curtas, obrigou as equipes a se inscreverem para uma temporada completa e fez com que cada time tivesse no máximo dois pilotos.
Para atingir os milionários e potenciais compradores dos carros que correm em algumas das mais famosas pistas do planeta, Ratel fez uma parceria com a rede de TV Bloomberg, especializada em noticiário econômico.
A emissora faz matérias especiais e transmite as corridas da GT1 em vários países.
"Quem assiste ao canal é quem gosta dos carros que disputam a nossa categoria e aqueles que podem comprar: empresários e acionistas."
Para o segundo nicho, Ratel trabalhou em duas frentes: internet e videogames.
Na primeira plataforma, transmite ao vivo treinos e corridas da categoria. Na segunda, tenta chamar os jovens para seguir a GT1.
"Tenho um filho de 15 anos e sei do que os jovens gostam. Eles não veem TV e a vida deles se passa na internet. Por isso atacamos nesta frente com todas nossas forças", explica o empresário.
"Além disso, é um mercado em que a F-1 não pode investir, porque a categoria se baseia nos direitos de transmissão de TV", completa Ratel sobre o ganha-pão de Ecclestone e a grande -e em muitos casos maior- fonte de renda das equipes da F-1.
Nos videogames, há um bom tempo os jogos de GT são bem mais populares que os de F-1, como o "Need for Speed" e o "Gran Turismo".
"São pequenas janelas que se abrem para nós, e tentamos cavar nosso espaço."
Além do público, a GT1 também teve de atrair grandes marcas para decolar. Mas a ideia, diferentemente da F- -1, é a de que montadoras não mantenham equipes e forneçam seu carros para os times.
A intenção é evitar que equipes cheguem e saiam da categoria conforme a saúde financeira das empresas.


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