|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
GT1 se inspira e se distancia da F-1
AUTOMOBILISMO
Categoria criada em 2010 tenta ocupar espaço deixado pela vedete da FIA
TATIANA CUNHA
DE SÃO PAULO
Ter a F-1 como inspiração,
e não como concorrente.
Esta é a estratégia adotada
pela GT1, categoria que corre
neste fim de semana em São
Paulo, ganhou da FIA o status de Mundial neste ano e
agora integra o grupo dos
quatro grandes da entidade
-os outros são, além da F-1,
o Mundial de Turismo
(WTCC) e o Mundial de Rali.
Criada e organizada pelo
playboy francês Stephane
Ratel, 47, a categoria que reúne carros como Lamborghini, Aston Martin, Maserati e
Corvette tem dois públicos-
-alvo: milionários e jovens.
"A F-1 detém cerca de 95%
do mercado mundial. Não
podemos competir com eles.
Para conseguirmos espaço,
tivemos que achar um caminho diferente", explica Ratel.
Para encontrar este caminho, o ex-piloto inspirou-se
em Bernie Ecclestone, o homem forte da F-1, com quem
trabalhou há alguns anos.
"Aprendi com ele que as coisas demoram. É preciso paciência. Como comecei jovem, queria tudo rápido."
Com seu público identificado, Ratel reinventou o que
até o ano passado era conhecido como FIA GT. Fez corridas mais curtas, obrigou as
equipes a se inscreverem para uma temporada completa
e fez com que cada time tivesse no máximo dois pilotos.
Para atingir os milionários
e potenciais compradores
dos carros que correm em algumas das mais famosas pistas do planeta, Ratel fez uma
parceria com a rede de TV
Bloomberg, especializada
em noticiário econômico.
A emissora faz matérias especiais e transmite as corridas da GT1 em vários países.
"Quem assiste ao canal é
quem gosta dos carros que
disputam a nossa categoria e
aqueles que podem comprar:
empresários e acionistas."
Para o segundo nicho, Ratel trabalhou em duas frentes: internet e videogames.
Na primeira plataforma,
transmite ao vivo treinos e
corridas da categoria. Na segunda, tenta chamar os jovens para seguir a GT1.
"Tenho um filho de 15
anos e sei do que os jovens
gostam. Eles não veem TV e a
vida deles se passa na internet. Por isso atacamos nesta
frente com todas nossas forças", explica o empresário.
"Além disso, é um mercado em que a F-1 não pode investir, porque a categoria se
baseia nos direitos de transmissão de TV", completa Ratel sobre o ganha-pão de Ecclestone e a grande -e em
muitos casos maior- fonte
de renda das equipes da F-1.
Nos videogames, há um
bom tempo os jogos de GT
são bem mais populares que
os de F-1, como o "Need for
Speed" e o "Gran Turismo".
"São pequenas janelas
que se abrem para nós, e tentamos cavar nosso espaço."
Além do público, a GT1
também teve de atrair grandes marcas para decolar. Mas
a ideia, diferentemente da F-
-1, é a de que montadoras não
mantenham equipes e forneçam seu carros para os times.
A intenção é evitar que
equipes cheguem e saiam da
categoria conforme a saúde
financeira das empresas.
Texto Anterior: Juca Kfouri: Pela honra do futebol Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros
|