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Maioria dos clubes da Série A renova com treinadores, que terão bom tempo para preparar times
Elite prestigia técnicos para 2003
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um novo contrato com o mesmo empregador. Um longo período de preparação. Uma temporada com menos campeonatos.
Em 2003, a elite dos técnicos do
país não terá as tradicionais desculpas da profissão dadas quando
os resultados não aparecem.
Dos 24 times que formarão a
primeira divisão do Nacional no
próximo ano, 17, ou 71%, vão começar o ano com o mesmo comando do final de 2002.
Entre os sete restantes, a maioria trocou de treinador por motivos que fugiram de suas responsabilidades, como convites feitos
por outras agremiações.
No ano passado, quando a dança dos técnicos já havia tido um
refluxo, pouco mais da metade
dos clubes da primeira divisão
não fez a tradicional troca.
Mesmo quem obteve resultados
medíocres recebeu um crédito de
confiança, motivado também pela falta de dinheiro nos cofres.
No Rio, Evaristo de Macedo
continua no Flamengo, apesar do
pífio 18º lugar no Brasileiro. O
mesmo fez o Vasco com Antônio
Lopes, que conseguiu uma modesta 15ª posição para seu clube.
Paysandu e Paraná, que correram risco de rebaixamento até as
últimas rodadas, também não viram motivos para mudar tudo.
Entre os melhores, a aposta
também foi na estabilidade. Com
exceção do Juventude, que perdeu Ricardo Gomes para a seleção
olímpica, os outros sete clubes
que foram às quartas-de-final não
mudaram de treinador.
Na verdade, boa parte deles já
garantia o emprego de seus comandantes antes mesmo do desfecho da participação de cada um.
O Corinthians, por exemplo, renovou o contrato de Carlos Alberto Parreira sem saber o resultado
da final do Nacional, em que o
clube acabou derrotado.
Pré-temporada
Além da continuidade, os treinadores não terão do que se queixar em relação ao tempo de preparação para os torneios de 2003.
Os clubes eliminados precocemente no Brasileiro terão dois
meses de intervalo entre o fim da
atual temporada e o início da próxima. Muitos, como no caso do
São Caetano, deram férias logo
para seus jogadores e já iniciaram
a pré-temporada neste mês.
Dessa forma, a maioria esmagadora da elite planejou uma pré-temporada longe de suas sedes,
em cidades de clima ameno, com
hotéis e campos reservados apenas para jogadores e membros
das comissões técnicas.
Santos e Corinthians, as últimas
agremiações do país a encerrarem
atividades, terão mais de três semanas de treinos antes de jogarem oficialmente. Se parece pouco, é um cenário muito melhor do
que em outros tempos. Neste ano,
o Atlético-PR estreou na Copa
Sul-Minas com pouco mais de
uma semana após o fim das férias,
incompletas, de seus jogadores,
então campeões nacionais.
O Campeonato Brasileiro encerrado recentemente mostrou
que tempo de preparação pode
ajudar muito. O campeão Santos
teve praticamente quatro meses
entre o fim de suas atividades do
primeiro semestre e o começo do
Nacional. O técnico Emerson
Leão já apontou esse tempo livre
como um dos motivos do sucesso
da sua equipe. Foi durante a longa
pré-temporada que ele resolveu
apostar na dupla teen Robinho e
Diego para o time titular.
Com o novo calendário, que
prevê um Nacional com oito meses, os clubes não irão acumular
muitas competições, o que sempre gerou queixas entre os treinadores. Se os planos da CBF forem cumpridos, um time jogará, no
máximo, quatro campeonatos.
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