São Paulo, terça-feira, 28 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Brasileiro é o segundo há mais tempo entre os top 40 da lista de entradas

No estaleiro, Guga é vice da regularidade no ranking

Adam Butle - 12.ago.04/Associated Press
Guga em treino da Olimpíada de Atenas


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O calvário de lesões ainda não acabou, mas Gustavo Kuerten, 28, termina o ano com uma marca animadora no tênis masculino.
Só o inglês Tim Henman está há mais tempo entre os top 40 do ranking de entradas da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) do que o brasileiro.
Guga faz parte dessa elite desde 1997, quando ganhou Roland Garros pela primeira vez e terminou a temporada no 14º posto da lista mundial. Henman, que no entanto nunca ganhou um Grand Slam nem foi número 1, começou a fazer parte dos 40 melhores do mundo um ano antes.
Mesmo depois que o quadril do brasileiro começou a apresentar graves problemas, em 2002, Guga não saiu dos top 40.
Em 2004, terminou a temporada, que já tem seu ranking final divulgado pela ATP, no limite desse grupo, mas fez isso jogando apenas 19 torneios -a média dos melhores do mundo é 25.
Kuerten ficou inativo todo o terço final da temporada (sua última competição oficial foi o Aberto dos EUA), mas a pontuação que acumulou no primeiro semestre foi suficiente para mantê-lo entre os 40 melhores.
Outros tenistas, mais velhos ou da mesma geração, não conseguiram o mesmo grau de estabilidade que o obtido pelo brasileiro.
Andre Agassi, Carlos Moyá, Mark Philippoussis e Albert Costa não conseguiram ficar desde 1997 sempre entre os top 40.
Tanto tempo entre os melhores faz de Guga um dos campeões de faturamento nos últimos oito anos. Desde 1997, ele amealhou quase US$ 14,5 milhões, marca só superada no período por Agassi.
Mesmo nos anos de calvário de lesões, Guga sempre ganhou pelo menos um título por ano desde 1997 e teve mais vitórias do que derrotas em cada temporada -isso acontece com ele na verdade desde 1996, ou um ano antes de estourar no esporte com a conquista de Roland Garros.
Para seguir sua trajetória no circuito profissional, Kuerten está prestes a dar novos passos na recuperação da sua segunda cirurgia no quadril, em setembro.
"Estou num processo de trabalho de força, para adaptar a musculatura aos movimentos do tênis e cada vez mais vou acrescentando a parte física e aproximando do meu ideal, que é menos tempo de reabilitação e mais no tênis. Se tudo continuar dentro do previsto, começo a treinar em janeiro", diz o brasileiro, que espera estar plenamente recuperado para jogar Roland Garros, no final de maio -antes quer disputar torneios preparatórios, especialmente Masters Series, no saibro.
Por enquanto, Guga não faz projeções para sua situação no ranking. "Hoje em dia luto contra a minha reabilitação, não contra os adversários, e o ranking agora é o da evolução que eu tenho a cada semana", afirma.


Texto Anterior: Atletismo: Tapete novo acelera a largada da São Silvestre
Próximo Texto: Estatística: País perde espaço na lista dos 200 melhores da ATP
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.