|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Defesa pede à federação de natação fim de pena de Rebeca
Para advogados, material de amostra B é insuficiente para confirmar doping
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A defesa de Rebeca Gusmão,
suspensa preventivamente por
doping desde novembro, enviou ontem pedido à Federação
Internacional de Natação para
rever a punição das atleta.
O pedido é baseado em relatório preliminar do laboratório
de Montréal, responsável pela
contraprova do exame da nadadora. Segundo o médico José
Blanco Herrera, contratado pela esportista, o material disponível para a amostra B é insuficiente para confirmar o doping.
"O laboratório afirma, no relatório, que existia pouco volume de urina para algumas medições. Isso é limitante para fazer o teste da maneira correta",
disse, em entrevista coletiva.
O médico acompanhou a
contraprova na semana passada e apontou irregularidade no
procedimento, como a demora
para a divulgação do resultado.
Até o fim da tarde de ontem, a
equipe de Rebeca não sabia se o
relatório havia sido concluído.
"Não lembro de um resultado demorar mais de dois dias. É
estranho que eles não concluíram em quatro. Tenho certeza
de que eles chegaram a uma das
três conclusões [positivo, negativo ou inconclusivo]", afirmou
o médico, que não afastou a
possibilidade de a amostra ter
sido contaminada -como os
exames de 12 e 18 de julho, que
apontaram DNAs diferentes.
Herrera disse que o teste da
amostra B apresentava um volume de epitestosterona que
não estava presente na amostra
A e que ouviu da técnica canadense que isso poderia ser indício de contaminação.
O hormônio epitestosterona
é usado na comparação com a
testosterona para detectar níveis anormais, como foi o caso
da amostra A da nadadora.
Ele também estranhou a insistência de Christiane Ayotte,
diretora do laboratório, em dizer que não havia contaminação. Herrera, porém, disse que
não sabia se a diferença da epitestosterona era significativa.
Um resultado inconclusivo
pode ajudar a atleta em outra
suspeita de doping, de 2006,
em caso que será julgado na
Corte de Arbitragem do Esporte. Em outra tentativa de afastar as suspeitas, a equipe de Rebeca vai enviar amostra de saliva da atleta ao médico Robert
Ferrel. O americano estudará a
genética de Rebeca, 23, que teve suas quatro medalhas obtidas no Pan do Rio, em julho,
cassadas pela Organização Desportiva Pan-Americana.
Texto Anterior: Cru: Agenda vê ausência de amistosos Próximo Texto: O que ver na TV Índice
|