São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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Defesa pede à federação de natação fim de pena de Rebeca

Para advogados, material de amostra B é insuficiente para confirmar doping

JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A defesa de Rebeca Gusmão, suspensa preventivamente por doping desde novembro, enviou ontem pedido à Federação Internacional de Natação para rever a punição das atleta.
O pedido é baseado em relatório preliminar do laboratório de Montréal, responsável pela contraprova do exame da nadadora. Segundo o médico José Blanco Herrera, contratado pela esportista, o material disponível para a amostra B é insuficiente para confirmar o doping.
"O laboratório afirma, no relatório, que existia pouco volume de urina para algumas medições. Isso é limitante para fazer o teste da maneira correta", disse, em entrevista coletiva.
O médico acompanhou a contraprova na semana passada e apontou irregularidade no procedimento, como a demora para a divulgação do resultado.
Até o fim da tarde de ontem, a equipe de Rebeca não sabia se o relatório havia sido concluído.
"Não lembro de um resultado demorar mais de dois dias. É estranho que eles não concluíram em quatro. Tenho certeza de que eles chegaram a uma das três conclusões [positivo, negativo ou inconclusivo]", afirmou o médico, que não afastou a possibilidade de a amostra ter sido contaminada -como os exames de 12 e 18 de julho, que apontaram DNAs diferentes.
Herrera disse que o teste da amostra B apresentava um volume de epitestosterona que não estava presente na amostra A e que ouviu da técnica canadense que isso poderia ser indício de contaminação.
O hormônio epitestosterona é usado na comparação com a testosterona para detectar níveis anormais, como foi o caso da amostra A da nadadora.
Ele também estranhou a insistência de Christiane Ayotte, diretora do laboratório, em dizer que não havia contaminação. Herrera, porém, disse que não sabia se a diferença da epitestosterona era significativa.
Um resultado inconclusivo pode ajudar a atleta em outra suspeita de doping, de 2006, em caso que será julgado na Corte de Arbitragem do Esporte. Em outra tentativa de afastar as suspeitas, a equipe de Rebeca vai enviar amostra de saliva da atleta ao médico Robert Ferrel. O americano estudará a genética de Rebeca, 23, que teve suas quatro medalhas obtidas no Pan do Rio, em julho, cassadas pela Organização Desportiva Pan-Americana.


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