São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

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rombo

Belluzzo diz que Palmeiras pode ficar "queimado"

Presidente afirma temer a rejeição das contas de 2009 sob pena de clube perder credibilidade em bancos e empresas

Conselho Fiscal chegou a vetar balanço de novembro, e oposição articula para não aprovar finanças; deficit no ano já é de R$ 24 milhões

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, admite estar com medo. O dirigente, renomado economista e consultor do governo Lula, prevê crise de credibilidade ao clube se suas contas não forem avalizadas pelo COF (Conselho de Orientação Fiscal) e pelo Conselho Deliberativo do clube.
"Eu estou preocupado, com medo. Se eles reprovarem as contas, ficaremos queimados no mercado. Quem é que vai cuidar do desastre, do armagedon financeiro que se tornará o clube? Quem é que vai convencer o banco ou alguém a por dinheiro aqui?", declara.
"Se você mesmo provoca uma crise de credibilidade, por problemas políticos, como é que vai fazer? O Palmeiras tem que assumir o que ele é."
As declarações do presidente foram dadas após reunião do COF que, em princípio, rejeitou o balancete de novembro. Depois de articulação de situacionistas, porém, ficou definido que o documento será analisado novamente em janeiro. Houve problema em relação ao pagamento de IPTU do clube.
De qualquer maneira, o encontro demonstra força do grupo comandado pelo ex-presidente Mustafá Contursi, que articula politicamente rejeitar as contas da atual administração em 2009. Se isso ocorrer, estará aberto caminho para o pedido de impeachment do presidente palmeirense.
O clube, que previa no orçamento deste ano um superavit de até R$ 6 milhões, deve fechar as contas em mais de R$ 24 milhões no vermelho.
Segundo a oposição, a dívida total está na casa dos R$ 120 milhões. Belluzzo não revela o valor do rombo do clube, mas diz que é um dos "menores entre os clubes brasileiros".
"O Palmeiras precisa disso [credibilidade] para reduzir seu deficit. E tem que fazer isso rapidamente. Tem que chegar no fim do ano que vem já acertado. A coisa é feia. O Palmeiras sempre foi assim politicamente, mas não pode correr o risco de quebrar o clube", falou.
Segundo ele, o Palmeiras tem deficit crescente desde 2003. "E eu tenho que pagar juros em cima dessa dívida", afirmou. Pelo balancete do clube em novembro, são mais de R$ 30 milhões emprestados de apenas dois bancos, o Banif e o Bic.
O presidente diz negociar com várias instituições financeiras o alongamento da dívida. Afirma que quer pagá-la em cinco anos. "O dinheiro mais barato que existe é o de banco", comenta o dirigente.
Os opositores são contrários a isso. Reclamam que o cartola só quer "varrer a sujeira para debaixo do tapete" e deixar a conta para seu sucessor. "Ele é mestre em gastar dinheiro que não é dele. Quero ver quem pagará a conta?", diz Mustafá.
O presidente afirma que, somente neste ano, pagou R$ 24,5 milhões em impostos. "Eu zerei os impostos neste ano", falou.


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