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São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 2003

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COB institui programa de metas para confederações


Modalidades com poucas perspectivas de obter sucesso na Olimpíada de Atenas, no ano que vem, estão na mira da entidade e podem receber, já neste ano, menos dinheiro das loterias


JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A boa vida vai acabar. A partir do segundo semestre, os presidentes de confederações que quiserem maior parcela dos recursos da Lei Piva para suas entidades terão de mostrar resultados.
As modalidades que não estiverem bem e apresentarem poucas perspectivas de sucesso nos Jogos Olímpicos poderão começar a receber uma porcentagem menor das verbas das loterias.
É um risco para o basquete e para os desportos aquáticos. Dois dos esportes que mais ganham com a Lei Piva -4% ou R$ 1,2 milhão em 2002-, eles podem receber 3% do bolo das confederações a partir de setembro, já que suas chances em Atenas não são consideradas boas. O basquete pode nem classificar os times masculino e feminino para os Jogos.
Já modalidades como o boxe, a canoagem, a ginástica e o remo tendem a aumentar sua parcela no bolo. A ginástica recebeu 3% -ou R$ 900 mil no ano passado- dos recursos da Lei Piva. Dependendo de seu desempenho e de suas perspectivas para Atenas, pode começar a receber 4%.
De acordo com o Comitê Olímpico Brasileiro, tudo será decidido a partir de julho, após parecer do departamento técnico. Em setembro, nova reunião, novos percentuais. Será feita a avaliação do desempenho dos esportes que competirem no Pan, marcado para agosto. Quem se sair melhor pode levar mais, explica o COB.
A porcentagem da verba para cada modalidade foi definida pelo comitê após um estudo que diagnosticou as necessidades, a relação custo/benefício do investimento e sua importância no país.
Vai de 4% para atletismo, basquete, desportos aquáticos, vela e vôlei a 0,5% para bobsled, skeleton e luge e esqui e snowboard.
Aprovada em julho de 2001, a lei, que leva o nome do ex-senador Pedro Piva (PSDB-SP), destina 2% da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal ao COB e ao Comitê Paraolímpico.
Em 2002, o fundo olímpico recebeu das loterias R$ 50,8 milhões. Dez por cento foi para o esporte escolar, e 5% para o esporte universitário. O restante (R$ 43,2 milhões) ficou com o COB, que fez a distribuição.
O COB repassou R$ 19,1 milhões às confederações, usou R$ 11 milhões para se manter e realizar eventos esportivos, entre outros, pôs R$ 2,5 milhões num fundo de reservas e investiu R$ 10,6 milhões nos Jogos Sul-Americanos, disputados no Brasil.
Para 2003, trabalha com a hipótese de uma redução no montante do fundo olímpico de R$ 50,8 milhões para R$ 42 milhões.
Ficaria com R$ 35,7 milhões para administrar -menos do que os R$ 43,2 milhões de 2002. Mesmo assim, aumentaria o repasse às confederações -de R$ 19,1 milhões para R$ 21 milhões.
A que mais receber vai levar R$ 1,4 milhão -e não mais R$ 1,2 milhão como no ano passado.
O COB não irá gastar os R$ 10,6 milhões que utilizou com a realização dos Jogos Sul-Americanos.
Para Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, a idéia é que as confederações se transformem em gestoras de cada uma das modalidades que representam. ""É um processo lento, gradual, de pelo menos oito anos", afirmou.


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