São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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veto branco

Por "bom senso", FPF evita Sálvio em jogos são-paulinos

Chefe dos juízes admite escalar outros árbitros em partidas do São Paulo, embora negue aceitar pedido feito pelo clube

Para Marcos Marinho, não houve erros grosseiros na arbitragem no clássico; time do Morumbi diz que seus atletas foram provocados


Thiago Bernardes/Folha Imagem
Os palmeirenses Martinez (frente) e Gustavo, autor de um gol de cabeça no último jogo, treinam


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Oficialmente, a FPF (Federação Paulista de Futebol) não aceita vetos de clubes a árbitros. Mas, pelo menos temporariamente, o São Paulo conseguiu o seu objetivo de manter Sálvio Spinola Fagundes Filho longe. É a conseqüência da arbitragem polêmicas no jogo com o Corinthians.
No domingo, o árbitro anulou um gol do são-paulino Adriano, alegando carga sobre o corintiano William ao subir na cabeçada. E não deu pênalti de Chicão em Dagoberto.
Essas decisões levaram a diretoria do São Paulo a pedir, formalmente, veto de Sálvio em seus jogos. Um ofício foi enviado ontem à federação.
"Não existe veto na FPF. No futuro, vamos estudar se é para colocar. Dentro do bom senso, vamos analisar as coisas. Podemos não escalá-lo em jogos do São Paulo. Temos 30 árbitros para escalar nos jogos do São Paulo", afirmou o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, Marcos Marinho, que pretende evitar um mal-estar. "Mas ele [Sálvio] segue normal, apitando a A1 e a A2."
Até porque, na visão do chefe dos juízes, o árbitro não cometeu erros "grosseiros" no clássico. Disse que os dois lances, que geraram reclamação, são "interpretativos". Ou seja: que poderiam ser marcados ou não.
Ao analisar o jogo ao lado de Sálvio, Marinho só entendeu que ele se equivocou na aplicação de alguns cartões amarelos. "Foi uma arbitragem regular."
Com opinião diversa de Marinho, a diretoria do São Paulo ficou satisfeita com a decisão de evitar Sálvio em jogos do time, mesmo sem veto oficial.
"Creio que não seja caso de veto, mas de que não atue mais em jogos do São Paulo. Creio que não teria isenção", afirmou o vice de futebol do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Além das reclamações iniciais em relação ao gol anulado e o pênalti, o dirigente ainda acusou Sálvio de provocar os jogadores são-paulinos. "Tem uma soberba. Os atletas relataram que ele dava risadinhas quando havia reclamação, que ficava de gozação", acusou.
Procurado pela Folha, Sálvio não respondeu até o fechamento desta edição. À TV Bandeirantes ele reafirmou ter acertado nos dois lances. Disse que era questão de interpretação a marcação falta de Adriano.
"Dos 4 integrantes da arbitragem que participaram do jogo, 2 não concordaram comigo, um achou que eu estava certo e um não quis opinar", afirmou ele, alfinetando o clube. "Lamento que o São Paulo não tenha se posicionado da mesma forma nos vários jogos que eu apitei e que ele ganhou."


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