São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Para Pelé, caso de Robinho fecha porta a brasileiros

Ex-craque afirma que não dá mais conselhos ao ex-pupilo, cita Adriano e Ronaldo e fala em prejuízo à imagem do país

Envolvido em suposto caso de estupro na Inglaterra, jogador diz estar frustrado e que dará detalhes após a investigação da polícia


EDUARDO ARRUDA
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

A constante presença em confusões e casos policiais, como a acusação de estupro que agora envolve Robinho, vai acabar prejudicando a ida de atletas brasileiros para o exterior.
Quem diz isso é Pelé, que participou ontem de almoço no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, oferecido ao presidente da Fifa, Joseph Blatter.
"Coisas como estas me deixam triste", falou o ex-jogador, após o evento do qual participou por ser relações-públicas do Mundial que será no Brasil.
"Lutamos tanto para abrir as portas para as novas gerações, com tudo o que vocês sabem sobre a nossa conduta, que é triste ver um jogador expoente, que poderia dar exemplo, fazer isso não só com o futebol, mas com o próprio país", disse Pelé.
"Tem o caso do Robinho, do Adriano, do Ronaldo... Vão fechar as portas", completou. A ascensão de Robinho contou com grande apoio de Pelé.
Nas categorias de base do Santos, ele sempre foi pupilo do ex-craque. "Naquela época, eu e o Manoel Maria [ex-jogador do Santos] dávamos conselhos ao Robinho, e ele ouvia", declarou.
O caso envolvendo o ex-santista e atual atleta do Manchester City veio a público anteontem, quando Robinho, 25, foi levado a uma delegacia de West Yorkshire para prestar esclarecimentos sobre a acusação de uma jovem universitária de 18 anos que diz ter sido estuprada.
O crime teria ocorrido no início do mês, em clube noturno em Leeds, a cerca de 70 km de Manchester. Segundo a assessoria de imprensa da polícia de West Yorkshire, o nome do homem que está sendo investigado não pode ser revelado.
Mas a funcionária que falou com a Folha disse que após prestar esclarecimentos na delegacia anteontem, o suspeito deixou o local após pagar fiança. Segundo a polícia, detalhes sobre o caso não podem ser divulgados até sua conclusão.
Também anteontem, o jogador brasileiro publicou nota em seu site oficial dizendo que de fato havia estado com a polícia como parte de uma investigação criminal, mas negava qualquer acusação de erro ou crime cometido.
Procurado pela reportagem, Chris Nathaniel, porta-voz de Robinho, afirmou que não podia dizer mais do que havia sido colocado na internet.
"Robinho está bastante frustrado com tudo o que está acontecendo e quer muito que as pessoas saibam o que de fato ocorreu", falou Nathaniel.
"Assim que a investigação terminar ele certamente dará todos os detalhes sobre o caso." Na semana passada, Robinho, que é casado e tem um filho, deixou a concentração do Manchester City em Tenerife, na Espanha, e viajou às pressas para o Brasil. Na ocasião, o atacante alegou motivos pessoais para a viagem. O jogador acabou multado pelo clube inglês.
O Manchester City também não quis se envolver no caso e não revela o nome do atleta envolvido na investigação.


Colaboraram GIULLIANA BIANCONI , da Reportagem Local


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