São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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VELA

"Órfã" de Scheidt, laser aposta em tradicionais clãs do esporte

Ivo Gonzalez/Agência O Globo
Bruno Fontes participa de seletiva de laser, no Rio. Ele venceu uma regata ontem, lidera bem a disputa e garante vaga olímpica se chegar em quinto hoje. Só Eduardo Couto pode superá-lo

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

A classe que rendeu ao Brasil dois ouros e uma prata nas últimas três Olimpíadas virou laboratório na seletiva para Pequim. Sem Robert Scheidt, titular desde 1996, a laser vê o boom de novatos no classificatório para os Jogos de Pequim, em agosto.
Scheidt migrou para a star há três anos e competirá na China nessa classe. Antes, havia sido campeão na laser em Atlanta-96 e Atenas-04 e levara a prata em Sydney-00.
No Rio, herdeiros dos clãs Grael e Zarif, tradicionais na vela, competem na laser não de olho na Olimpíada de agora, mas nas futuras edições.
Marco Grael, 18, apesar do sobrenome vencedor, diz que entrou na disputa nacional para ganhar experiência.
"É um treino para mim. Tenho a chance de competir com excelentes velejadores, como o Bruno Fontes, 11º no Mundial [de laser]", diz ele.
Seu pai, Torben, é o recordista brasileiro -e da vela mundial- de pódios olímpicos. Foram cinco, entre os quais dois ouros na star, em Atlanta-96 e Atenas-04.
"Não tem esse papo de Olimpíada. A gente ainda veleja por prazer. Sou novo ainda para traçar algum plano."
O filho do multivencedor diz que, se nos dois primeiros dias da seletiva os resultados o ajudassem, teria esperança de ir a Pequim. Mas o oitavo, o 14º, o 16º e o 17º lugares em 4 das 14 regatas praticamente minaram suas chances.
"Ele [Torben] me ajuda a ter disciplina, gosta quando eu disputo muitas provas. Na vela, a experiência conta muito", diz Marco, que faz faculdade de administração.
Jorge João Zarif, 15, quase abocanhou a vaga na finn. Na regata final acabou superado por Eduardo Couto, outro que também disputa a seletiva da laser -mas já garantido na China na outra classe.
Ele é filho de Jorge Zarif, que tem oito títulos de finn na carreira e também participou da seletiva olímpica da classe, há duas semanas.
Para Alexandre Tinoco, 25, que chegou a liderar a seletiva na baía de Guanabara, o olhar está no horizonte dos Jogos de Londres-2012.
Tinoco quer aproveitar o evento para se tornar conhecido e, assim, abocanhar patrocinadores. Seus planos incluem disputar a vaga nos Jogos de 2012 na 470 ao lado do irmão, Pedro, que foi campeão na snipe (categoria não olímpica) no Pan do Rio-07.


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