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Rejeitado por clubes, Engenhão será privatizado depois do Pan
"Isto não pode virar um cabide de emprego", diz secretário de Obras do Rio
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Após gastar R$ 380 milhões
para erguer o Estádio Olímpico
João Havelange, a Prefeitura
do Rio vai repassar para a iniciativa privada a principal arena esportiva do Pan-2007. A licitação municipal para a concessão do estádio será lançada
no segundo semestre, logo após
o término do evento, em julho.
O anúncio foi feito ontem à
tarde pelo secretário municipal
de Obras, Eider Dantas, responsável pela construção.
""Não podemos transformar
isto aqui no que é o Maracanã
hoje, um cabide de emprego e
de roubo. Ele é o maior exemplo de que o Estado não deve se
meter nesse tipo de administração"", disse Dantas. O principal estádio da cidade é gerenciado pelo governo estadual.
De acordo com o secretário, a
prefeitura pretende ceder o
João Havelange por cerca de 30
anos ao vencedor da licitação.
Na negociação, o município receberia uma ""luva" e uma verba
mensal da empresa que gerenciaria o estádio, localizado no
Engenho de Dentro.
Dantas declarou que optou
pela licitação depois de os clubes do Rio não terem se interessado em administrar o local.
""Chegamos a nos ajoelhar
para eles pegarem, mas nenhum aceitou", disse Dantas.
Apesar do alto investimento
da prefeitura na obra, ele admitiu que é ""impossível" o município ter o retorno na licitação.
""Mas não é mau negócio. Vamos deixar de ter a despesa para sustentá-lo, que será de cerca de R$ 250 mil mensais."
O Engenhão, como é chamado o estádio, receberá provas de
atletismo e partidas de futebol
no Pan-Americano. Será o mais
moderno do país, com cerca de
50 lojas e 92 camarotes.
Sua construção é cercada de
polêmica. A arena, que gerou
custo milionário à prefeitura, já
deveria estar pronta. Em 2003,
quando foi lançada, a obra foi
orçada em R$ 60 milhões, conforme publicado no "Diário
Oficial" do município.
Segundo Dantas, o estádio
estará pronto no final de maio.
No início do mês, cerca de
200 operários fecharam uma
rua vizinha ao estádio para protestar contra as condições precárias de trabalho na obra.
Reclamaram da má qualidade da comida, da constante falta de água e de focos de dengue
espalhados pelos canteiros.
Também reivindicavam um aumento salarial de cerca de 15%,
obtido após a manifestação.
Ontem, cerca de 2.000 homens trabalhavam no local.
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