São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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MOTOR

E a fonte secou...

Uma das principais escolas do automobilismo, F-3 inglesa começou nesta semana sem pilotos brasileiros no grid

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

SIM, OS brasileiros na F-1 vão mal, não pontuaram ainda, algumas das perspectivas declaradas antes do Mundial começam a estremecer. Barrichello já sabe que tem outro carro ruim em mãos e, como se não bastasse, vem se atrapalhando nos pit stops. Nelsinho lutará por um ponto aqui, outro ali, e só.
Massa precisa reaprender a pilotar sem controle de tração, mas o tempo e a imprensa italiana correm contra. Isto posto, um alerta: se você é daqueles torcedores ufanistas, que apóiam tudo o que carrega o verde-e-amarelo, aproveite. Curta muito enquanto há brasileiro na categoria.
Em novembro de 2006, esta coluna escreveu que "limitada a uma categoria-escola, a velha fábrica de talentos do Brasil está com sua linha de produção prestes a explodir".
Um ano depois, em novembro de 2007, sustentou que "num futuro próximo, o Brasil não terá pilotos para correr na F-1, na IRL, nas principais categorias de monopostos". Não esperava retomar o assunto tão cedo. Mas foi inevitável. Porque o "futuro próximo" está chegando.
No início desta semana, assolou o penúltimo degrau antes da F-1. O cenário, Oulton Park. A ocasião, a rodada de abertura da F-3 inglesa. A mesma F-3 que teve como campeões Emerson, Piquet, Serra, Senna, Gugelmin, Barrichello, Gil, Haberfeld, Pizzonia e Nelsinho. A mesma F-3 que, há exatos dez anos, empolgou-se com um duelo tríplice de brasileiros: Haberfeld levou a parada, seguido por Bernoldi e Burti.
Pois a temporada 2008 de uma das mais importantes categorias-escola do automobilismo, trampolim para a GP2 e dali para a F-1, começou na segunda-feira sem brasileiros no grid. Tem piloto do Bahrein, do México, de Angola, da Colômbia, da Islândia. Mas não tem do Brasil.
Em dois ou três anos, esta geração começará a chegar à F-1. E aí, torça para que Massa e Nelsinho -e Bruno, o último da lista- estejam bem.
O motivo está na base. Que ruiu nos últimos anos, vítima do desinteresse das montadoras mas, principalmente, da incompetência da CBA. Que toca o violino da Stock enquanto o transatlântico afunda.

NASCER DE NOVO
"Embora eu tivesse opções, aprovação dos médicos e me sentisse ótimo em karts e videogames, ainda tinha aquele último pontinho de interrogação na minha cabeça. Isso me preocupava muito. Depois do teste, percebi que ainda sei como fazer isso." Da Matta, anunciando seu retorno às pistas após teste com um Pontiac da GrandAm.

MORRER DE NOVO
Balestre, que morreu pela primeira vez em 93, quando deixou a FIA, fez mais do que se divertir às custas de Senna. Entre outros atos, assinou o primeiro Pacto da Concórdia, dando poder a Ecclestone para converter a F-1 em negócio.


fseixas@folhasp.com.br

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