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MOTOR
E a fonte secou...
Uma das principais escolas do automobilismo, F-3 inglesa começou nesta semana sem pilotos brasileiros no grid
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
SIM, OS brasileiros na F-1 vão
mal, não pontuaram ainda, algumas das perspectivas declaradas antes do Mundial começam a
estremecer. Barrichello já sabe que
tem outro carro ruim em mãos e, como se não bastasse, vem se atrapalhando nos pit stops. Nelsinho lutará por um ponto aqui, outro ali, e só.
Massa precisa reaprender a pilotar
sem controle de tração, mas o tempo
e a imprensa italiana correm contra.
Isto posto, um alerta: se você é daqueles torcedores ufanistas, que
apóiam tudo o que carrega o verde-e-amarelo, aproveite. Curta muito
enquanto há brasileiro na categoria.
Em novembro de 2006, esta coluna escreveu que "limitada a uma categoria-escola, a velha fábrica de talentos do Brasil está com sua linha
de produção prestes a explodir".
Um ano depois, em novembro de
2007, sustentou que "num futuro
próximo, o Brasil não terá pilotos
para correr na F-1, na IRL, nas principais categorias de monopostos".
Não esperava retomar o assunto
tão cedo. Mas foi inevitável. Porque
o "futuro próximo" está chegando.
No início desta semana, assolou o
penúltimo degrau antes da F-1.
O cenário, Oulton Park. A ocasião,
a rodada de abertura da F-3 inglesa.
A mesma F-3 que teve como campeões Emerson, Piquet, Serra, Senna, Gugelmin, Barrichello, Gil, Haberfeld, Pizzonia e Nelsinho. A mesma F-3 que, há exatos dez anos, empolgou-se com um duelo tríplice de
brasileiros: Haberfeld levou a parada, seguido por Bernoldi e Burti.
Pois a temporada 2008 de uma
das mais importantes categorias-escola do automobilismo, trampolim
para a GP2 e dali para a F-1, começou na segunda-feira sem brasileiros no grid. Tem piloto do Bahrein,
do México, de Angola, da Colômbia,
da Islândia. Mas não tem do Brasil.
Em dois ou três anos, esta geração
começará a chegar à F-1. E aí, torça
para que Massa e Nelsinho -e Bruno, o último da lista- estejam bem.
O motivo está na base. Que ruiu
nos últimos anos, vítima do desinteresse das montadoras mas, principalmente, da incompetência da
CBA. Que toca o violino da Stock enquanto o transatlântico afunda.
NASCER DE NOVO
"Embora eu tivesse opções, aprovação dos médicos e me sentisse
ótimo em karts e videogames, ainda tinha aquele último pontinho de
interrogação na minha cabeça. Isso
me preocupava muito. Depois do
teste, percebi que ainda sei como
fazer isso." Da Matta, anunciando
seu retorno às pistas após teste
com um Pontiac da GrandAm.
MORRER DE NOVO
Balestre, que morreu pela primeira vez em 93, quando deixou a
FIA, fez mais do que se divertir às
custas de Senna. Entre outros atos,
assinou o primeiro Pacto da Concórdia, dando poder a Ecclestone
para converter a F-1 em negócio.
fseixas@folhasp.com.br
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