São Paulo, domingo, 29 de março de 2009

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Forasteiras são atração do futebol nos EUA

Nova liga feminina estreia hoje com 9 brasileiras entre as 35 estrangeiras

Após fracasso de torneio anterior, principal cartola da WPS diz que atletas de fora, em especial Marta, vão atrair interesse mundial aos jogos

CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando Washington e Los Angeles entrarem em campo hoje, na Califórnia, para o jogo inaugural da nova liga de futebol feminino dos Estados Unidos, o público verá também a estreia da maior aposta da entidade para o seu próprio sucesso: a atacante Marta.
Eleita três vezes a melhor do mundo, a alagoana é o grande destaque entre as 35 jogadoras estrangeiras que, neste ano, migraram para a WPS (Women's Professional Soccer).
Tirando as anfitriãs, o Brasil forma, com nove atletas, o maior contingente entre os nove países que ostentam jogadoras na liga. Dos sete times do campeonato -Boston, Bay Area, Chicago, Los Angeles, Saint Louis, Sky Blue e Washington-, apenas o último não contratou atletas brasileiras.
E, das nove jogadoras tupiniquins, só a meio-campo Adriane não integrou a seleção medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
"Nosso objetivo é fazer o melhor torneio de futebol feminino do mundo. E isso não ocorreria se não tivéssemos aqui as melhores jogadoras do mundo, sejam elas brasileiras, europeias ou americanas", disse à Folha Tonya Antonucci, principal dirigente da nova liga.
Na terra em que metade dos 15 milhões de praticantes do futebol são mulheres e a seleção nacional é a atual campeã olímpica, a cartola diz que são as estrelas internacionais que levarão os fãs aos estádios.
As mais fortes candidatas para realizar essa função são as três finalistas ao prêmio de melhor do mundo da Fifa em 2008: Marta (Los Angeles), Cristiane (Chicago) e a inglesa Kelly Smith (Boston).
"Nossa meta é ter de 4.000 a 6.000 fãs por jogo. E acho que as atletas internacionais contribuirão para atrair esse público por seu estilo de jogo, diferente da forma como as americanas jogam", declarou Antonucci, que também destacou a presença de estrelas locais, como a goleira Hope Solo e a meio-campista Shannon Boxx.
O investimento em atletas de outros países é visto como estratégico para a WPS, que tenta retomar o futebol feminino profissional no país depois do fracasso da antecessora WUSA (Women's United Soccer League). Após três anos de atividades, gastos de US$ 100 milhões e prejuízo de US$ 20 milhões, a entidade faliu em 2003.
Para evitar que a WPS siga o mesmo destino, as estrangeiras são parte da solução para a saúde financeira da entidade, que também determinou um teto salarial para as jogadoras.
A expectativa é que a exposição das atletas internacionais não se limite às fronteiras americanas e atraia interesse mundial e, principalmente, patrocínios. "Só não temos mais estrangeiras porque há limite de cinco não americanas por equipe", declarou Antonucci.
Mesmo com a restrição, a estratégia de atrair jogadoras internacionais não foi abandonada. Com o plano de expansão da liga, além dos sete times atuais, outras três franquias estão confirmadas para o ano que vem.
E o recrutamento de estrangeiras começa no site da entidade, onde é possível preencher um formulário de interesse em atuar na WPS em 2010.


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