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Forasteiras são atração do futebol nos EUA
Nova liga feminina estreia hoje com
9 brasileiras entre as 35 estrangeiras
Após fracasso de torneio anterior, principal cartola da WPS diz que atletas de fora, em especial Marta, vão atrair interesse mundial aos jogos
CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando Washington e Los
Angeles entrarem em campo
hoje, na Califórnia, para o jogo
inaugural da nova liga de futebol feminino dos Estados Unidos, o público verá também a
estreia da maior aposta da entidade para o seu próprio sucesso: a atacante Marta.
Eleita três vezes a melhor do
mundo, a alagoana é o grande
destaque entre as 35 jogadoras
estrangeiras que, neste ano,
migraram para a WPS (Women's Professional Soccer).
Tirando as anfitriãs, o Brasil
forma, com nove atletas, o
maior contingente entre os nove países que ostentam jogadoras na liga. Dos sete times do
campeonato -Boston, Bay
Area, Chicago, Los Angeles,
Saint Louis, Sky Blue e Washington-, apenas o último não
contratou atletas brasileiras.
E, das nove jogadoras tupiniquins, só a meio-campo Adriane não integrou a seleção medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
"Nosso objetivo é fazer o melhor torneio de futebol feminino do mundo. E isso não ocorreria se não tivéssemos aqui as
melhores jogadoras do mundo,
sejam elas brasileiras, europeias ou americanas", disse à
Folha Tonya Antonucci, principal dirigente da nova liga.
Na terra em que metade dos
15 milhões de praticantes do futebol são mulheres e a seleção
nacional é a atual campeã olímpica, a cartola diz que são as estrelas internacionais que levarão os fãs aos estádios.
As mais fortes candidatas para realizar essa função são as
três finalistas ao prêmio de melhor do mundo da Fifa em
2008: Marta (Los Angeles),
Cristiane (Chicago) e a inglesa
Kelly Smith (Boston).
"Nossa meta é ter de 4.000 a
6.000 fãs por jogo. E acho que
as atletas internacionais contribuirão para atrair esse público por seu estilo de jogo, diferente da forma como as americanas jogam", declarou Antonucci, que também destacou a
presença de estrelas locais, como a goleira Hope Solo e a
meio-campista Shannon Boxx.
O investimento em atletas de
outros países é visto como estratégico para a WPS, que tenta
retomar o futebol feminino
profissional no país depois do
fracasso da antecessora WUSA
(Women's United Soccer League). Após três anos de atividades, gastos de US$ 100 milhões
e prejuízo de US$ 20 milhões, a
entidade faliu em 2003.
Para evitar que a WPS siga o
mesmo destino, as estrangeiras
são parte da solução para a saúde financeira da entidade, que
também determinou um teto
salarial para as jogadoras.
A expectativa é que a exposição das atletas internacionais
não se limite às fronteiras americanas e atraia interesse mundial e, principalmente, patrocínios. "Só não temos mais estrangeiras porque há limite de
cinco não americanas por equipe", declarou Antonucci.
Mesmo com a restrição, a estratégia de atrair jogadoras internacionais não foi abandonada. Com o plano de expansão da
liga, além dos sete times atuais,
outras três franquias estão confirmadas para o ano que vem.
E o recrutamento de estrangeiras começa no site da entidade, onde é possível preencher um formulário de interesse em atuar na WPS em 2010.
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