São Paulo, domingo, 29 de março de 2009

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Sob a sombra de Castrilli, Lusa tenta regressar a finais

Desde 1998, com arbitragem desastrada do argentino, time não alcança a fase de semifinais do Campeonato Paulista

Hoje, contra o Marília, no Canindé, clube tenta conservar sua posição no G4 para decidir a classificação diante do Santos, na Vila

DA REPORTAGEM LOCAL

A Portuguesa inicia hoje, contra o Marília, no Canindé, a série de três partidas que pode colocar a equipe na semifinal do Campeonato Paulista.
Desde 1998, quando foi eliminada pelo Corinthians na semifinal -em uma partida que ficou marcada pela atuação do árbitro argentino Javier Castrilli-, a Lusa não passa da primeira fase do Estadual.
Dez entre dez torcedores da Portuguesa apontariam Javier Castrilli como o responsável pelo time não disputar a final do Paulista de 1998.
Há 11 anos, no dia 26 de abril, o árbitro argentino apitou a segunda semifinal entre Corinthians e Portuguesa.
Castrilli deu dois pênaltis para o time alvinegro -um no final da partida-, e o 2 a 2 deu a vaga ao time alvinegro.
"O árbitro marcou erroneamente um toque de mão do zagueiro César, aos 49 minutos. A péssima atuação do argentino ganhou espaço em toda a mídia e foi comentada por torcedores de todas as equipes, que concordavam que a Portuguesa foi a verdadeira vencedora da partida", conta a Lusa em seu site.
Castrilli, que apitou a Copa de 1998, encerrou a carreira ainda naquele ano. De lá para cá, o árbitro, que ganhou o apelido de Xerife -por ser considerado linha-dura-, ocupa cargos públicos na Argentina.
Por cinco anos foi diretor do departamento de segurança nos estádios -cargo ligado à Secretaria de Justiça da Argentina. Atualmente é diretor de Esporte do município de Pinamar (na Província de Buenos Aires). Em 2007, candidatou-se a prefeito de Almirante Brown (cidade-satélite de Buenos Aires), mas não foi eleito.
Hoje, a Lusa tenta esquecer o personagem de uma das passagens mais trágicas de sua vida.
"Nós temos a vantagem de jogar já sabendo dos resultados dos adversários", disse Luis Iaúca, vice de futebol da Portuguesa. Das equipes com chances de classificação, só o time do Canindé atua hoje. Todos os outros jogariam ontem.
O planejamento do time rubro-verde é vencer em casa o Marília, que luta contra o rebaixamento, para, na quinta, contra o Santos, jogar por um empate na Vila. O time do litoral começou a rodada na quinta colocação (30 pontos), com um ponto a menos do que a Lusa.
Se o plano traçado der certo, a equipe chegará à última rodada com a vantagem de decidir em casa a classificação.
No próximo domingo, o time fecha sua participação na primeira fase do torneio, no Canindé, contra o Santo André.
"A gente sabe que não vai ser fácil conseguir a classificação, mas vamos buscar a superação", declarou o técnico Paulo Bonamigo, que está invicto no comando do time -foram quatro vitórias e um empate.
O treinador disse que o fato de a equipe não chegar às finais de um torneio da elite do futebol há tanto tempo [desde 1998] é uma dificuldade a mais.
"Teremos que trabalhar também isso com os jogadores."
Antes de Bonamigo, Estevam Soares e Mário Sérgio dirigiram o time neste Paulista.
"A saída do Estevam foi por fatores extracampo. E a do Mário Sérgio foi aquele problema com um jogador [o treinador barrou Felipe Gabriel, o que desagradou à diretoria]. Tenho certeza de que o Bonamigo ficará muito tempo", falou Iaúca.
Para o cartola, Bonamigo terá vida longa na Lusa. "Acho que ele vai ter um trabalho aqui tão longo como o Benazzi."
Vágner Benazzi ficou no clube por mais de dois anos -de 2006 a 2008. Depois de sua saída, em julho do ano passado, a Portuguesa já teve quatro treinadores (Valdir Espinosa, Estevam Soares, Mário Sérgio e Paulo Bonamigo).


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