São Paulo, domingo, 29 de março de 2009

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São Paulo supera o Palmeiras em batalha tática

Com estrelas apagadas, Muricy Ramalho repete estratégia do Brasileiro contra rival e decide jogo logo aos 3 minutos

São Paulo 1
Palmeiras 0

GIULLIANA BIANCONI
RICARDO VIEL
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem brilho dos principais jogadores, quase todos com más atuações, o clássico entre São Paulo e Palmeiras foi decidido no plano tático. No duelo do banco de reservas, Muricy Ramalho levou vantagem sobre Vanderlei Luxemburgo.
O resultado deixou o São Paulo a um passo da classificação às semifinais do Paulista.
Com o empate do Santos, o time precisa de apenas dois pontos nas duas últimas rodadas. O Palmeiras perdeu a invencibilidade, mas é líder.
Para demonstrar a falta de brilho da partida, houve apenas 15 conclusões, dez dos palmeirenses e cinco dos são-paulinos. E ainda houve excesso de erros de passes, principalmente do São Paulo, que teve só 78,4% de acerto, bem abaixo de sua média, que ultrapassa 80%.
Mais uma vez, como fez no ano passado, o técnico Muricy Ramalho trocou um zagueiro por um jogador de meio-campo para enfrentar o Palmeiras. Deu certo no início do clássico.
"Em qualquer esquema a gente se dá muito bem. O importante é que o esquema encaixe", declarou Washington.
O São Paulo tinha maior posse de bola e pressionava o adversário. Ainda tinha a colaboração da zaga palmeirense.
No segundo dos erros, aos 3min, Hernanes driblou e cruzou da direita. Entre Sandro Silva e Maurício Ramos, Washington deu uma cabeçada certeira para abrir o placar.
Esse gol desestruturou o Palmeiras. Luxemburgo instruiu seus jogadores a marcarem atrás, compactos no meio. A única exceção era Keirrison.
Não funcionava porque, além dos erros de sua defesa, o time não conseguia armar o contra- -ataque diante da falta de eficiência dos passes.
Só deu certo quando Pierre tomou a bola de André Dias e entrou na frente de Rogério. O goleiro fez bela defesa.
"Entramos com esquema de ficar atrás da linha da bola, só marcando", admitiu Keirrison.
Foi preciso mudar. No intervalo, Luxemburgo avançou a equipe ao botar Ortigoza e Evandro nos lugares de Willians e Marquinhos.
Então, o cenário se inverteu. O Palmeiras passou a ter mais posse de bola e pressionou os são-paulinos em seu campo.
Mas a zaga tricolor era mais consistente do que a alviverde. Com a vantagem no placar, o time do Morumbi cometia os mesmos erros de passes do adversário no primeiro tempo.
Quando a bola chegou em boas condições para Washington, ele deu o passe para Júnior César, sozinho, na frente do gol. O lateral tentou o chute rasteiro, e Marcos fez a defesa.
Pressionado, Muricy decidiu optar por recuar definitivamente a equipe. Com duas modificações, trocou inclusive um atacante por um zagueiro.
As entradas de Hugo e Renato Silva, nos lugares de Dagoberto e Arouca, aumentaram o volume de marcação do São Paulo, reduzindo as jogadas criadas pelos palmeirenses.
Contribuíram para a manutenção do placar o excesso de erros dos dois times. Reflexo disso era a gritaria de Muricy e Luxemburgo ao lado do campo.
Encolhido, o São Paulo viu o rival perder sua melhor chance no final. Cleiton Xavier carimbou a trave, e o rebote sobrou para Keirrison, que chutou nas mãos de Rogério. "Conseguimos administrar a equipe do Palmeiras", falou Hernanes.


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