|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
São Paulo supera o Palmeiras em batalha tática
Com estrelas apagadas, Muricy Ramalho repete estratégia do Brasileiro contra rival e decide jogo logo aos 3 minutos
São Paulo 1
Palmeiras 0
GIULLIANA BIANCONI
RICARDO VIEL
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem brilho dos principais jogadores, quase todos com más
atuações, o clássico entre São
Paulo e Palmeiras foi decidido
no plano tático. No duelo do
banco de reservas, Muricy Ramalho levou vantagem sobre
Vanderlei Luxemburgo.
O resultado deixou o São
Paulo a um passo da classificação às semifinais do Paulista.
Com o empate do Santos, o
time precisa de apenas dois
pontos nas duas últimas rodadas. O Palmeiras perdeu a invencibilidade, mas é líder.
Para demonstrar a falta de
brilho da partida, houve apenas
15 conclusões, dez dos palmeirenses e cinco dos são-paulinos. E ainda houve excesso de
erros de passes, principalmente do São Paulo, que teve só
78,4% de acerto, bem abaixo de
sua média, que ultrapassa 80%.
Mais uma vez, como fez no
ano passado, o técnico Muricy
Ramalho trocou um zagueiro
por um jogador de meio-campo
para enfrentar o Palmeiras.
Deu certo no início do clássico.
"Em qualquer esquema a
gente se dá muito bem. O importante é que o esquema encaixe", declarou Washington.
O São Paulo tinha maior posse de bola e pressionava o adversário. Ainda tinha a colaboração da zaga palmeirense.
No segundo dos erros, aos
3min, Hernanes driblou e cruzou da direita. Entre Sandro
Silva e Maurício Ramos, Washington deu uma cabeçada certeira para abrir o placar.
Esse gol desestruturou o Palmeiras. Luxemburgo instruiu
seus jogadores a marcarem
atrás, compactos no meio. A
única exceção era Keirrison.
Não funcionava porque, além
dos erros de sua defesa, o time
não conseguia armar o contra-
-ataque diante da falta de eficiência dos passes.
Só deu certo quando Pierre
tomou a bola de André Dias e
entrou na frente de Rogério. O
goleiro fez bela defesa.
"Entramos com esquema de
ficar atrás da linha da bola, só
marcando", admitiu Keirrison.
Foi preciso mudar. No intervalo, Luxemburgo avançou a
equipe ao botar Ortigoza e
Evandro nos lugares de Willians e Marquinhos.
Então, o cenário se inverteu.
O Palmeiras passou a ter mais
posse de bola e pressionou os
são-paulinos em seu campo.
Mas a zaga tricolor era mais
consistente do que a alviverde.
Com a vantagem no placar, o time do Morumbi cometia os
mesmos erros de passes do adversário no primeiro tempo.
Quando a bola chegou em
boas condições para Washington, ele deu o passe para Júnior
César, sozinho, na frente do gol.
O lateral tentou o chute rasteiro, e Marcos fez a defesa.
Pressionado, Muricy decidiu
optar por recuar definitivamente a equipe. Com duas modificações, trocou inclusive um
atacante por um zagueiro.
As entradas de Hugo e Renato Silva, nos lugares de Dagoberto e Arouca, aumentaram o
volume de marcação do São
Paulo, reduzindo as jogadas
criadas pelos palmeirenses.
Contribuíram para a manutenção do placar o excesso de
erros dos dois times. Reflexo
disso era a gritaria de Muricy e
Luxemburgo ao lado do campo.
Encolhido, o São Paulo viu o
rival perder sua melhor chance
no final. Cleiton Xavier carimbou a trave, e o rebote sobrou
para Keirrison, que chutou nas
mãos de Rogério. "Conseguimos administrar a equipe do
Palmeiras", falou Hernanes.
Texto Anterior: Juca Kfouri: A linha do Equador Próximo Texto: Frase Índice
|