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FUTEBOL
Pela primeira vez brasileiros disputam amistoso com equipe diferente da idealizada por Scolari na Copa de 2002
Só problemas mudam a cara da seleção
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GUADALAJARA
Pela primeira vez depois da conquista do penta, a seleção brasileira, no amistoso de amanhã contra
o México, em Guadalajara, não terá a "cara" do time idealizado por
Luiz Felipe Scolari.
Essa renovação, entretanto, não
acontece pela vontade de Carlos
Alberto Parreira, o novo comandante da equipe nacional.
Dos 11 titulares da campanha da
Copa-2002, seis não estão no grupo que chegou ontem à cidade
mexicana, sendo que todos não tinham condições de jogo. O goleiro Marcos alegou um princípio de bronquite. Os zagueiros Roque
Júnior e Lúcio sofrem com antigas contusões. Roberto Carlos está suspenso pela Fifa. Cafu e Rivaldo pediram para serem cortados por lesões musculares.
Reservas do penta também passam por problemas de contusão,
como o atacante Denílson, que,
quando recuperado, é nome praticamente certo nas convocações
do novo comando da seleção.
Dessa forma, está aberto o caminho para que "eternos" reservas, como os laterais Belletti e Júnior, e as revelações santistas Diego e Robinho consigam uma
oportunidade em um time que
parecia propriedade privada dos
titulares da campanha do penta.
Dos que desperdiçaram a chance do jogo contra o México por
seus problemas, só Roberto Carlos pode ficar tranquilo.
Marcos é ameaçado por Dida, em boa fase no Milan e admirado
pela dupla Parreira-Zagallo. Veteranos com mais de 30 anos, Cafu e
Rivaldo precisam manter o fôlego e, principalmente no caso do segundo, a motivação. Já Lúcio e Roque Júnior nem foram testados
ainda por Parreira, que pela situação atual montou um grupo muito mais jovem para o amistoso contra o México do que aquele
que ganhou o último Mundial.
"Na seleção, não existe grupo fechado", diz Parreira, deixando
claro que os pentas não têm lugar
garantido e que os eventuais substitutos podem, em caso de boas
atuações, ganhar uma vaga.
Os 21 jogadores que estão em
Guadalajara têm idade média de
24,9 anos. Já o grupo campeão na
Ásia tinha 26,3 anos de média.
Além de Robinho, 19, e Diego,
18, dois outros jogadores que estão no México têm idade olímpica
-o zagueiro Luisão, 22, e o atacante Adriano, 21.
Para encaixar as novas peças,
Parreira, mais uma vez, terá pouco tempo. Em mais uma viagem,
ele só irá realizar um treino para o
duelo contra os mexicanos, que
encaram o amistoso como se fosse um jogo oficial.
"Como já disse, só depois de dez
ou 12 jogos a seleção vai ter a minha cara. Esses jogos servem para
testar jogadores e preparar o time
para as eliminatórias", afirmou o
treinador, reconhecendo as dificuldades do calendário.
A "renovada" seleção brasileira
causou desconforto para os mexicanos, que vão pagar à Ambev,
patrocinadora da CBF e dona dos
direitos de comercialização desse
amistoso, US$ 800 mil.
Para o pagamento dessa cota, a
federação mexicana exigia a presença dos astros brasileiros.
Apesar da presença de Ronaldo,
estrela maior da companhia, o
descontentamento aparecia nas
páginas dos jornais mexicanos.
Um deles, especializado em esportes, escreveu que Rivaldo tinha um suspeito problema muscular, enquanto Cafu e Marcos
não atenderam ao chamado de
Parreira por alegarem não estarem no melhor da forma física.
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