São Paulo, domingo, 29 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Popó não resiste a investidas de rival e perde nos EUA

Após ter sofrido 222 golpes, brasileiro vê seu técnico parar luta antes do início do nono assalto e amarga sua 2ª derrota

Pugilista fracassa no duelo de unificação dos cinturões dos leves contra Juan Diaz, que agora passa a ostentar os títulos da AMB e da OMB


EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A MASHANTUCKET

Acelino Freitas, 31, o Popó, não suportou a agressividade e o volume de golpes do americano Juan "El Torito" Diaz ontem à noite, não retornou para o nono assalto e perdeu a unificação dos títulos dos leves da AMB (Associação Mundial de Boxe) e OMB (Organização Mundial de Boxe) nos EUA.
"Foi minha a decisão de parar a luta. Não queria que esse jovem [Popó] fosse punido excessivamente. Ele não conseguiu se recuperar depois daquele último golpe [desferido por Diaz no oitavo assalto]", disse o técnico Oscar Suarez.
O duelo foi visto por 3.150 pessoas, que foram ao cassino Foxwoods, em Mashantucket, que celebrava sua centésima programação de boxe.
Nos últimos quatro assaltos, Diaz acertou 125 golpes, contra só 56 do brasileiro. No total, foram 222 golpes do americano; o brasileiro conectou com 159.
"Ele é um cara duro, é um guerreiro. Mas nunca me machucou. Ele acertou alguns golpes limpos, mas fiquei em cima dele", disse Diaz, após o duelo. Ambos os lutadores alternaram o domínio nos assaltos iniciais, mas, a partir do quinto assalto, Diaz venceu todos.
No quinto assalto, em troca franca de golpes, Popó levou a pior, tomou golpes fortes e foi forçado a entrar em clinche, mas havia se recuperado ao som da campainha. Mas, no sétimo e oitavos assaltos, o brasileiro, que descuidava da guarda, voltou a ser bem castigado, com socos limpos e precisos, especialmente no rosto.
Toda vez em que ficava preso nas cordas, o domínio de Diaz era total, e os contragolpes de Popó foram se tornando raros. No momento da interrupção da luta pelo árbitro, os jurados que acompanhavam o duelo viam a vitória de Diaz por 77 a 75, 79 a 73 e 76 a 75.
O brasileiro não pisava no ringue há quase exatamente um ano. Em 29 de abril de 2006, Popó havia reconquistado o cinturão da OMB ao derrotar o americano Zahir Raheen por pontos em 12 assaltos.
Era a segunda vez que Popó disputava unificação. A primeira vez, pelos superpenas, em janeiro de 2002, foi quando bateu o cubano Joel Casamayor, também por títulos da AMB e da OMB, por pontos.
Juan Diaz ganhara o título em 17 de julho de 2004 do mongol Lakva Sim. Desde então, fez cinco defesas do título -venceu três por pontos e duas por nocaute. Agora, Popó soma 38 vitórias e 2 derrotas. Diaz manteve-se invicto, com 32 vitórias.
Na principal preliminar da noite, pelos títulos da NABF (Federação Norte-Americana de Boxe) e NABA (Associação Norte-Americana de Boxe), Agnaldo Nunes bateu Carlos Navarro (EUA) por decisão majoritária. Um dos jurados viu empate, mas os outros dois optaram pela vitória do brasileiro.
O cartel profissional de Nunes tem agora 18 vitórias, 8 nocautes, 1 derrota e 1 empate. E o de Navarro: 27 vitórias, 22 nocautes, 5 derrotas e 1 empate.
Em outra preliminar, outro brasileiro, o médio Isaac Rodrigues, superou Hollister Elliott por pontos em quatro assaltos e manteve-se invicto. Passou a ter 8 vitórias, 7 delas por nocaute. Um dos jurados também viu um empate, mas outros dois deram a vitória ao brasileiro.


O jornalista EDUARDO OHATA viajou a convite da Banner Promotions

Texto Anterior: Loterias
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.