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Em má fase, McLaren encara banco dos réus
Escuderia pode ser excluída do Mundial por mentir
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não bastasse o fraco desempenho neste início de temporada, a McLaren ainda terá de enfrentar hoje o banco dos réus.
A equipe será julgada pelo
Conselho Mundial da FIA, em
Paris, por violar o artigo 151c do
Código Esportivo Internacional, no caso que culminou na
exclusão de Lewis Hamilton do
GP da Austrália, prova de abertura da F-1, no dia 29 de março.
Segundo a entidade, a McLaren cometeu cinco infrações
que podem resultar em penas
que variam de multa à exclusão
por algumas corridas ou até do
campeonato. O motivo: uma
mentira contada e mantida.
Logo após a corrida de Melbourne, o campeão mundial foi
chamado pelos comissários para explicar a ultrapassagem que
sofreu de Jarno Trulli quando o
safety car estava na pista.
A confusão começou quando
o piloto da Toyota perdeu o
controle de seu carro e foi para
a grama. Hamilton o passou,
mas, como Trulli não estava na
pista, a manobra foi legal. Com
medo de ser punido, porém, o
campeão induziu o italiano a
ultrapassá-lo, depois de praticamente parar em sua frente.
Mas, no encontro com os fiscais, tanto Hamilton como o
então diretor esportivo da
McLaren, Dave Ryan, negaram
ter havido qualquer instrução
para que a posição fosse devolvida a Trulli, o que era mentira,
já que, via rádio, isso ocorreu.
Depois do depoimento, o piloto da Toyota foi punido e perdeu o terceiro lugar, que foi dado ao campeão mundial. Menos
de uma semana depois, a FIA
soube que Hamilton havia dado
entrevistas na Austrália dizendo justamente o oposto.
A entidade então solicitou as
gravações e teve acesso também às comunicações entre o
piloto e a McLaren pelo rádio
no momento do safety car.
Hamilton e Ryan foram novamente chamados a depor. E
repetiram a primeira versão,
mesmo a FIA dizendo que tinha provas que mostravam o
contrário. Resultado: o inglês
foi excluído da prova e o diretor
foi demitido da McLaren, onde
trabalhava havia 35 anos.
O campeão fez um pedido
público de desculpas ainda em
Sepang, no qual disse que havia
sido induzido por Ryan a mentir perante os comissários.
O piloto foi poupado pela FIA
no julgamento de hoje. Somente a equipe será julgada.
Depois do ocorrido, a McLaren se empenhou em mostrar à
entidade que está disposta a colaborar com a FIA e "trabalhar
pelos interesses da F-1".
Além do pedido de perdão de
Hamilton e do afastamento de
Ryan, Martin Whitmarsh, chefe do time, entregou um pedido
de demissão aos acionistas do
time inglês, que foi recusado.
Ontem, Whitmarsh disse que
não espera uma punição severa
para a McLaren. Atribuiu o otimismo a uma melhora na relação entre a escuderia e a FIA e
afirmou que todos estão sendo
"incrivelmente abertos e francos com a entidade".
Na semana passada, ele já enviara uma carta ao presidente
da FIA, Max Mosley, pedindo
oficialmente desculpas.
Em menos de dois anos, é a
segunda vez que a equipe enfrenta o banco dos réus. No fim
de 2007, a McLaren foi excluída do Mundial de Construtores
e pagou uma multa de US$ 100
milhões por espionagem.
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