DA REPORTAGEM LOCAL

Gustavo Kuerten vai experimentar uma situação que não vive há muito tempo em Roland Garros. Ele entrará hoje, por volta das 7h30, como coadjuvante na quadra central do complexo em que alavancou sua carreira.
Do outro lado da rede estará o suíço Roger Federer, número um do mundo, primeiro cabeça-de-chave em Paris, campeão do último Masters Series, em Hamburgo, e vencedor do único Grand Slam deste ano, na Austrália. Para completar o quadro, Guga, 27, ainda sofre com dores no quadril.
Mas nada disso parece abalar a confiança do tricampeão de Roland Garros. "Quero que ele saiba que, dentro da quadra, quero ganhar dele, que não sou mais um cara que está ali para jogar e ver o que vai dar", declarou Guga.
Se depender do retrospecto de Federer, a segurança do brasileiro se justifica. Em sua sétima temporada como profissional, o suíço já disputou 31 torneios no saibro. Destes, foi campeão em apenas três -aproveitamento de 9,7%.
Também na terra batida, Guga venceu 16 torneios em 94 que participou, aproveitamento de 17%.
Em Roland Garros, o desempenho de Federer é ainda pior. Das cinco edições que participou, o mais longe que chegou foi nas quarta-de-final, em 2001. No ano passado, foi eliminado na estréia pelo peruano Luis Horna.
"Vacinado", Federer agora não quer correr riscos e pediu para a organização do torneio fitas de vídeo dos jogos de Guga. "Acho que vai ser um grande jogo para nós e para o torneio", afirmou o suíço.
Nas duas vezes que se enfrentaram, o número um venceu a partida que foi disputada no saibro, em Hamburgo, em 2002.
Para tentar avançar às oitavas-de-final em Roland Garros e pelo menos igualar o desempenho do ano passado, Guga já tem a receita: "Treinei as mais variadas jogadas e golpes possíveis porque o Federer é um cara que varia muito o jogo. Vou precisar estar atento".