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Gil quebra silêncio, ataca médicos
e detona nova crise no Corinthians
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem marcar gols há 202 dias, o
atacante Gil entrou ontem em
atrito com os médicos e a diretoria do Corinthians. O jogador disse que atuou com dores neste ano
e classificou como meia-boca o
tratamento feito no clube para curar uma lesão no púbis.
Ele também se queixou que estria sendo chamado, no Parque
São Jorge, de "baladeiro". E reclamou dos dirigentes.
"Existe um boato dentro do clube. Dizem que não estou bem
porque estou na balada. Nenhum
diretor veio falar comigo sobre isso nem me defendeu", disse ele.
Gil marcou um gol pela última
vez em novembro do ano passado
e afirma que seu rendimento foi
prejudicado por causa de constantes dores no púbis. Segundo
ele, não foi respeitado um acordo
com o ex-diretor técnico Rivellino, que teria assegurado, em fevereiro, que ele só voltaria a jogar
depois que as dores acabassem.
"Fiquei oito dias parado, mas aí
o Oswaldo de Oliveira chegou e
me colocou para jogar contra o
Juventus. Falei que eu não tinha
condições, mas tive de jogar."
Segundo o atacante, ele avisou
aos médicos que não estava recuperado, mas foi forçado a atuar
porque, na ocasião, a equipe perdeu, por contusões mais sérias,
outros dois jogadores da posição
(Rafael Silva e Marcelo Ramos).
"Recebi dos médicos um recado
para voltar a treinar e jogar. Sou
funcionário e cumpro ordens
aqui no clube", declarou Gil.
O médico Paulo de Faria nega
que o atleta tenha atuado com dores. "Ele fez tratamento e não falou sobre dores, não tinha limitação em seus movimentos, por isso
foi liberado para jogar", declarou.
Sobre o fato de o atleta ter classificado o tratamento de meia-boca, Faria afirmou ter sido uma colocação "inadequada".
O desabafo de Gil aconteceu
após um conselho de seu procurador, o ex-goleiro Gilmar Rinaldi. Segundo ele, os torcedores
precisavam saber sobre as dificuldades que o jogador enfrentou.
O jogador disse que ainda sente
dores, mas só após os jogos.
A revelação de Gil se transformou na primeira crise a ser administrada pelo técnico Tite.
O novo treinador não quis se
envolver na polêmica. Durante o
treino, o penúltimo antes do jogo
contra o São Paulo, amanhã, conversou várias vezes com Gil.
O jogador afirmou que após o
trabalho conversaria com o diretor de futebol do clube, Paulo Angioni. "Vou dizer que não admito
mais comentários maldosos."
Angioni e o vice de futebol, Antonio Roque Citadini, não atenderam aos telefonemas da Folha.
Ontem, o STJD decidiu que irá
julgar o Corinthians por causa da
invasão de seus torcedores ao gramado do Pacaembu na goleada
para o Atlético-PR. O clube pode
perder até três mandos de jogos.
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