São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008

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finalista

Corinthians tipo B vai a decisão nível A

Sofrido e na disputa de pênaltis, clube derrota o Botafogo e avança à final da Copa do Brasil, na qual vai encarar o Sport

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O goleiro Felipe vibra com defesa da cobrança do pênalti de Zé Carlos que pôs o Corinthians na final

Corinthians 2 (5)
Botafogo 1 (4)

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi sofrido, foi tenso, foi nervoso. E foi nos pênaltis. Os 62 mil torcedores sofreram além do tempo normal para conhecer o finalista da Copa do Brasil, no Morumbi. E, para os corintianos, foi extasiante. Agora, a equipe enfrentará o Sport na decisão (os mandos serão sorteados hoje pela CBF).
Depois de 90 minutos de embate, mais nove cobranças de pênalti, o Corinthians tipo B fez seu público explodir de alegria quando Felipe espalmou a cobrança de Zé Carlos e levou a equipe à decisão nacional.
Justamente pelas mãos do goleiro, que durante o jogo falhara e colocara em risco a classificação. Justamente pelo único jogador que não assistiu a nenhuma das cobranças de seus companheiros -o camisa 1 esperava ajoelhado, de costas e rezando enquanto os corintianos empurravam a bola para a rede na série decisiva.
"Nada acontece por acaso. Teve a queda, mas houve uma virada no clube. E os resultados começam a vir", celebrou o goleiro. "É inesquecível."
A sofrida classificação mantém o Corinthians no caminho da redenção precoce e de uma volta também inesperada à Libertadores em ano de calvário na segunda divisão nacional.
E vai decidir o título diante de um time comandado por Nelsinho Baptista, técnico no trágico rebaixamento em 2007.
O sofrimento que só terminou nos pênaltis começou antes do jogo, na disputa entre técnicos para segurar o máximo possível as escalações.
O corintiano Mano Menezes escalou um Corinthians diferente do usual. Ele pôs Alessandro na direita, como ala.
Pela esquerda, Wellington Saci ficou fixo como lateral.
Pelo Botafogo, também desfalcado -sem o volante Túlio e o lateral-direito Alessandro-, o técnico Cuca seguiu o exemplo do colega corintiano e alterou o jeito de o time jogar. Mesmo precisando apenas segurar o empate, escalou três atacantes, mais o meia Lúcio Flavio.
À medida em que o tempo se esvaía, a partida ficou nervosa, a ponto de o primeiro tempo acabar com ambas as equipes com ânimos exaltados e pressionando o árbitro do Paraná Evandro Rogério Roman.
O segundo tempo começou com Mano Menezes expulso e o Corinthians modificado.
A mudança empurrou Herrera para a direita e deixou o uruguaio Acosta como centroavante. E, aos 7min, a combinação culminou no primeiro gol corintiano na partida.
Herrera se aproveitou de vacilo do zagueiro Renato Silva e levou a bola para a linha de fundo. O argentino esperou Acosta se posicionar no meio da área e tocou para o companheiro chutar colocado e fazer 1 a 0.
Mas o botafoguense que permitiu o gol corintiano se recuperou três minutos depois. Em cobrança de escanteio, Felipe falhou na saída para cortar o cruzamento e a bola sobrou para o defensor empurrar: 1 a 1.
Com o empate, o jogo se tornou ainda mais eletrizante. E ganhou emoção aos 20min, quando Chicão bateu falta, contou com falha de Castillo e pôs o Corinthians na frente.
O resultado, no entanto, levava a decisão da vaga para a disputa de pênaltis. O Corinthians aumentou ainda mais a pressão sobre o rival, que voltou a se livrar da bola e, esporadicamente, contragolpear.
Mas nem os corintianos nem os botafoguenses evitaram a cobrança de pênaltis.
Deixaram para Felipe resolver e, bem ao gosto corintiano, com sofrimento. Desta vez, com final mais do que feliz.


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