São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Heróico e com frango, Flu segura o Boca e empata

Thiago Neves conta com ajuda do goleiro, e seu time obtém fora o direito de empatar no jogo de volta da Libertadores

Boca Juniors 2
Fluminense 2

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua literatura de futebol, Nelson Rodrigues (1912-1980) creditava os gols mais impossíveis do time do Fluminense à alma penada tricolor chamada Sobrenatural de Almeida. Depois de ontem, o mais crédulo tricolor dirá que a entidade fez sua mais longa viagem, decretando um 2 a 2 com um frango de Migliore, do Boca Juniors, no Cilindro de Avellaneda.
Fato é que, se não dominou a partida, o Fluminense jamais se deixou asfixiar pela fama do Boca, a não ser no início do segundo tempo. Contou com a sorte de Thiago Neves no gol e, depois, resistiu bravamente.
O Boca começou a partida impetuosamente, enquanto o Fluminense se defendia com algum nervosismo e tentava partir para o contra-ataque.
Mas, afobado, errava muitos passes e garantia aos argentinos mais chances de ataque. Aos 12min, o gol azul e ouro apareceu. Palacio recebeu lançamento dentro da área e cruzou da direita para Riquelme, que apenas completou.
O volante Arouca tinha a responsabilidade de marcar o habilidoso Román Riquelme, mas a verdade é que o Boca não se resume a esse jogador. Há Palacio e Dátolo, velozes e criativos, cujos espaços precisam ser diminuídos, e essa lição o time de Renato Gaúcho, que se exasperava à beira do campo, deve levar ao Maracanã, na quarta.
O Boca, por sua vez, aprende aquilo que o próprio São Paulo já tinha visto: a incrível capacidade de reação que o Fluminense tem exibido nesta Libertadores. Apenas três minutos depois de sofrer o gol, o time carioca empatou a partida.
Numa cobrança de falta de Thiago Neves, pela direita, o zagueiro Thiago Silva cabeceou sem chances para Migliore, que até então não tinha feito nenhuma defesa na semifinal.
A partir desse gol, o primeiro do Fluminense marcado em terras argentinas por competições oficiais, o time de Renato Gaúcho ganhou em personalidade e não se deixou acuar.
O Boca foi melhor em todo o primeiro tempo e teve chances de desempatar com Chávez (na trave), Palermo e Dátolo (ambas para fora). Aos 47min, porém, o Flu quase virou.
Numa tabela com Thiago Neves, Júnior César recebeu dentro da área e chutou cruzado, sem ver que o Washington fechava na segunda trave.
No segundo tempo, foi a vez de Fernando Henrique: salvou cabeçadas de Palermo e Paletta e desviou chute violento de Chávez. Não esperava, porém, com o desvio de cabeça de Romeu em falta cobrada por Riquelme, aos 20min. Era 2 a 1.
Mas, em chute de fora da área, Thiago Neves contou com a mão de manteiga de Migliore para comemorar. Providenciada por Sobrenatural de Almeida ou não, ela dá ao Fluminense a chance de ir à final com 0 a 0 ou 1 a 1 no Maracanã. O Boca precisará vencer, e novo 2 a 2 provoca decisão nos pênaltis.


Texto Anterior: Dor: Diogo Rincón terá que ser operado
Próximo Texto: Time exalta força, mas prega cautela
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.