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FUTEBOL
Inalcançável
O hepta do Independiente
na Libertadores, uma dessas marcas "inatingíveis", está ainda perto de ser superado
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
ERA GAROTO ainda e ouvia falar
de um tal Juan Fangio, um argentino pentacampeão da F1,
de um certo Boston Celtics, 16 vezes
campeão da NBA, do Fluminense,
rei de Copas São Paulo júnior, outro
penta ""inatingível", e de alguns outros mitos que construíram marcas
que demorariam décadas para serem suplantadas (se é que seriam).
Já amante do futebol internacional, olhava os maiores campeões de
cada disputa e achava muito estranho um tal de Independiente ter sete títulos da Libertadores. Era um
absurdo aquilo, pois quase todos os
grandes clubes brasileiros mal tinham uma conquista. O lendário
Santos de Pelé, que me vendiam como o maior de todos os tempos, havia ganho ""só" duas Libertadores.
Escrevo após o ótimo 2 a 2 entre
Boca e Fluminense, mas, coerente,
sigo com o que cravei há meses: o time da Bombonera é o favorito único
para a atual Libertadores. ""Libertadores começa com clubes brasileiros muito bem falados, mas nenhum
deles é favorito, e o cenário é duro",
aparecia no subtítulo desta coluna
no dia 14 de fevereiro. Não será, potencialmente, só mais um título do
Boca (se é que minha boca não me
trairá). Seria o sétimo, o que igualaria o inalcançável Independiente.
A Conmebol já mostrou em sua
página na internet a surpresa com o
cenário semifinal, que traz apenas
um detentor do mais cobiçado troféu da América. Perto do Boca, os
outros times parecem fichinha, com
todo respeito ao América, um dos
dois gigantes mexicanos, e ao Flu,
ainda ""Rei do Rio" e hoje heróico.
A ascendente LDU é perigosa, sem
dúvida, porém não parece ser um
obstáculo poderoso o suficiente para impedir essa obsessão que é o
hepta do Boca, que viraria de vez o
"Rey de Copas" deste continente.
O Independiente construiu seu
hepta muito rapidamente, ajudado
pelo antigo regulamento que deixava o campeão na boca da final seguinte. No tetra 1972/1975, o time
de Avellaneda fez um total de 33 jogos, tendo a chance de uma partida
de desempate na decisão. O Boca pode selar seu quinto título desde
2000 fazendo nesse penta contemporâneo 40 partidas só de mata-mata (sem desempate, que, em tese, dá
uma chance a mais para o melhor).
O hepta virtual do Boca seria ainda mais louvável por ser construído
numa época em que uma esquadra
brasileira (e outra argentina) entra
na luta com mais sede pelo troféu do
que as turmas dos anos 60, 70 e 80. E
ainda apareceram os mexicanos.
O Flu pode transformar esta coluna em pó? Não, pois o hepta do Boca
é questão de tempo. Se não for neste
ano (o Boca fora é fogo), vai ser em
breve. Quando estava em Moscou
acompanhando a final da Copa dos
Campeões ao lado de vários argentinos, a heróica classificação do Fluminense só aumentou a confiança
xeneize no hepta. Quem tem Boca...
rbueno@folhasp.com.br
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