São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

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Derrotas racham São Paulo e deixam Muricy na parede

Revés para o Cruzeiro expõe descontentamento no elenco e complica reação da equipe no Brasileiro e na Libertadores

Borges coloca técnico sob pressão ao questionar a sua posição na equipe titular, e presidente admite falar com atacante sobre insatisfação


TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo precisa só de uma vitória por 1 a 0 contra o Cruzeiro na partida de volta das quartas de final da Libertadores, em seus domínios, para chegar à semifinal do torneio. Mas o revés diante do adversário mineiro, anteontem, provocou estragos no Morumbi.
O desembarque da equipe ontem, em Congonhas, evidenciou os problemas no grupo. Entre eles, o descontentamento de Borges com Muricy Ramalho, a tensão no elenco pela sequência de maus resultados e a espécie de ultimato do presidente, Juvenal Juvêncio, para quem o time precisa reagir logo no Campeonato Brasileiro.
Cercados pelos jornalistas, Borges voltou a acuar Muricy. "Não tenho que repensar nada. Fui artilheiro do time nas duas últimas temporadas. Sou artilheiro da equipe na Libertadores, com cinco gols em cinco jogos. Agora, não adianta nada falar que você é artilheiro, que é decisivo e tirar. Mas quem tem que explicar isso [a barração contra o Cruzeiro] não sou eu", que só entrou contra o Cruzeiro no segundo tempo do jogo.
Juvenal comentou a situação. "Não ouvi a entrevista dele [Borges], mas sei que ele falou [com a imprensa]. É um assunto bem espinhoso. Nós vamos conversar", afirmou.
O presidente disse ainda que o time não vem bem, mas descartou corpo mole no grupo.
"No primeiro tempo no Mineirão, é só ver o número de chutes perigosos que o Cruzeiro deu e o que nós tentamos."
O meia Jorge Wagner admitiu que o grupo está pressionado pela sequência de resultados ruins (dos últimos oito jogos, perdeu cinco, empatou dois e venceu somente um deles).
"A fase atual está difícil, pois não estamos habituados a viver uma situação dessas [de derrotas]. O São Paulo se acostumou a vencer. Mas o que não podemos fazer é entrar no desespero", declarou o jogador.
Outro ponto nervoso é o relacionamento desgastado que o técnico Muricy Ramalho tem com parte da diretoria. Bancado exclusivamente por Juvenal Juvêncio, o comandante ouviu até mesmo o mandatário são- -paulino reclamar do desempenho da equipe nesta temporada em entrevista concedida no CT da Barra Funda na última terça-feira, antes da derrota para o Cruzeiro no Mineirão.
"O São Paulo ainda não me agradou em 2009. Tem um elenco forte e competitivo, mostrou eficácia no clássico contra o Palmeiras [no último domingo]. E espero que essa eficiência se acentue", comentou, então, o dirigente.
Outra contestação no clube é a performance dos reforços pedidos por Muricy. Dos três jogadores que vieram do Fluminense, só Washington é titular. E, mesmo assim, tem sido inconstante. Arouca e Júnior César são apenas opções. Outra cara nova (Wagner Diniz, ex-Vasco) chegou a ser oferecida como moeda na negociação com o santista Fabiano Eller, que não se concretizou.
Até o jogo de volta contra o Cruzeiro, o São Paulo fará três confrontos no Brasileiro-de novo com o Cruzeiro, no domingo, Avaí, no dia 6 de junho, e Santo André, no dia 13. Os jogos fazem parte do plano de reabilitação que a equipe pretende executar a fim de acabar com a pressão que tomou conta do Morumbi após os fiascos.


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