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Promessas de governo e COB adiam fim de Diego
Ginasta atua na Rússia após refutar salário oferecido por confederação
Atleta, que teve proposta para ser deputado, agarra-se a contato de dirigentes para desistir de sair do esporte no momento em que o domina
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ameaçar largar o esporte devido à falta de patrocínio e
de salário, o ginasta Diego
Hypólito se agarra às promessas de COB e Ministério do Esporte para voltar a competir.
Garantias apenas verbais, e
que vieram só após o atleta reclamar em rede nacional, foram o suficiente para convencer o ginasta a atuar na Copa do
Mundo em Moscou (Rússia),
que ocorre hoje e amanhã -a
etapa terá ainda a presença de
Arthur Zanetti, Sérgio Eras,
Ethiene Franco e Bruna Leal.
"Viajei porque o [presidente
Carlos Arthur] Nuzman garantiu que o COB me ajudará. Confio na palavra dele, mas não assinei ainda", afirma o ginasta.
Segundo comitê, foi proposto
ao atleta o desenvolvimento de
um projeto com base nas "ciências do esporte", nos moldes de
um já implantado na vela, que
conta com verba da Lei Piva e
parcerias com universidades.
A insatisfação do atleta chegou ao ápice após ter recebido a
proposta de salário da Confederação Brasileira de Ginástica
por fazer parte da seleção.
"Foi ridículo. Para um atleta
do meu gabarito, foi uma vergonha. Iriam baixar meu salário
em relação ao do ano passado.
Se era para ser assim, que me
mandassem embora. Por isso
não assinei nada", desabafa.
Ouvida pela Folha, a CBG diz
não ter alterado os critérios de
definição do salário. Para a entidade, a queda se explica no fato de Diego não ter o patrocínio
pessoal da Caixa Econômica
Federal. "O salário é 50% Lei
Piva, 50% Caixa. Em 2008, ele
tinha ainda mais o montante
do patrocínio pessoal, que ainda não foi renovado", informa.
Apesar de ter voltado atrás
quanto a desistir de atuar na
Rússia, Diego acredita que seu
resultado pouco ajudará para
atrair patrocinadores. "Nunca
cheguei a um torneio com esse
sentimento. Nem nas piores
contusões ou nas piores derrotas, pensei em largar tudo."
A briga do ginasta com as finanças, iniciada após o tombo
na final olímpica e a perda de
pelo menos R$ 40 mil mensais
com saída de patrocinadores,
ocorre no momento em que ele
domina o circuito mundial.
Ele soma três ouros e duas
pratas que o tornaram o primeiro ginasta do país na história a liderar, de uma só vez, dois
ranking mundiais: solo e salto.
Apesar da chance de ampliar
seu domínio na modalidade,
ele cita que o torneio adiou encontro com o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., que será no dia 4. "Eles me ligaram.
Pena que ministério e COB só
tenham feito isso após eu reclamar na mídia. Vamos ver se algo muda ou terei que dar novo
rumo à minha vida", diz.
Rumo que alguns já almejam
em outro ramo. "Não revelo o
partido, mas recebi convite para ser candidato a deputado estadual", declara o ginasta.
Ele declinou do convite, mas
não descarta treinar no exterior. "Lá fora, bicampeão mundial, como eu, é motivo de orgulho para um clube. Mas, no
Brasil, é só ver o que ocorreu no
Flamengo [que lhe deve seis
meses de salários de 2008]."
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