As duas revistas de surfe mais antigas do Brasil, uma com 26 anos e outra com 20, vivem hoje momentos distintos

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

QUANDO comecei a pegar ondas, se quisesse me informar sobre o esporte, a única fonte era a banca de jornal. Em algumas poucas, era possível encontrar um exemplar das americanas ""Surfer" ou ""Surfing" e comprometer boa parte da mesada. Depois de ler, reler e sonhar um bocado, as fotos com os tubos do Gerry Lopez e os cut-backs do Larry Bertlemann viravam capas de cadernos, forravam armários, e os pôsteres ganhavam lugar de destaque nas paredes de casa.
Pouco depois, no início de 1975, surgia a ""Brasil Surf". Fininha, com a maioria das fotos em preto e branco e notícias que já chegavam velhas às bancas, devorava até mesmo a lista de convidados dos campeonatos da época. Encontrar o nome de um amigo ou ver uma matéria sobre Ubatuba proporcionava uma orgulhosa intimidade com o esporte.
Guardo com carinho minha coleção da ""Brasil Surf" (aproveitando, aceito doação ou negocio a edição ano 1 nº 6), que deixou de ser publicada em 79. No início dos anos 80, a ""Visual Esportivo" ocupou o espaço deixado pela ""BS". Trabalhei, com meu sócio Paulo Lima, durante anos na revista, e tínhamos como missão, além da comercialização dos anúncios, viabilizar pautas de São Paulo no título, notadamente carioca.
À época surgiu a ""Fluir". Editada em SP, onde as principais marcas da indústria estavam estabelecidas, a "Fluir" ganhou corpo. Mas não só ela: surpreendentemente chegamos a ter seis títulos simultaneamente. "Inside", "Now", "Costa Sul" foram alguns que disputaram o segmento.
Hoje, basta zapear pelos canais a cabo ou um dar um Google e vários temas quentes sobre surfe estão disponíveis. Mas isso não impede que as revistas continuem relevantes e atraentes. A ""Alma Surf" foca mais o prazer que a competição. E as duas mais longevas vivem momentos distintos. Aos 26 anos, a "Fluir" sofre as consequências da mudança de comando na editora Peixes e busca sua independência, enquanto a "Hardcore", 20, passou a ser editada pela Rocky Mountain com reformulação total na equipe. Apesar das novas mídias, sigo frequentando bancas.

MUNDIAL DE SURFE SUB-16
Amanhã e domingo, em Ubatuba, acontece a segunda seletiva do Quiksilver King of Groms, valendo vaga para o Mundial na França, em setembro.

MUNDIAL DE RAFTING
A equipe brasileira Alaya-Bozo D'água (primeira no tiro, quinta no sprint, segunda no descenso e sexta no slalom) venceu na Bósnia e se tornou bicampeã.

CORRIDA DE AVENTURA
A equipe WRR1 venceu a segunda etapa do Adventure Camp 2009, em Guararema, SP, e lidera o circuito. Em segundo, ficou a equipe Quasar Lontra.

sarli@trip.com.br


Texto Anterior: Hipismo: Alemanha suspende tetra em Olimpíadas
Próximo Texto: Xico Sá: No radinho de pilha
Índice