São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011

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Muito mais que um time

Vitória em Wembley ratifica Barcelona de Messi como uma das maiores equipes da história

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Ladies and gentlemen, Wembley consagrou ontem um dos maiores times de futebol de todos os tempos.
O Barcelona de Messi não ganhou só mais uma decisão da Copa dos Campeões em cima do Manchester United -já havia feito 2 a 0 em 2009. O clube catalão deixou escancarado o que todo o mundo já sabia ou especulava: é dos maiores da história.
Até o técnico do Manchester, Alex Ferguson, curvou- -se à grandeza de seu rival.
"Em toda minha carreira, esta é a melhor equipe que já vi. Nenhum outro time nos deu um banho como este", disse Ferguson, há 25 anos no comando do time inglês.
A vitória por 3 a 1 foi conquistada com todo o estilo e todo o repertório de jogadas da equipe que domina seus oponentes, fracos ou fortes, de forma avassaladora.
Segundo a Uefa, o Barcelona teve 63% de posse de bola contra o campeão inglês, em partida disputada no maior templo do futebol em Londres. Mas chegou a ter mais de 70% da posse ainda no primeiro tempo, quando o placar de 1 a 1 era uma dádiva para o Manchester United.
Foram 19 chances de gol ao todo para o gigante espanhol, que marcou um tento mais bonito que o outro.
O primeiro, de Pedro, veio após milimétrico passe de Xavi, o cérebro do time, que há três anos sempre tem mais (muito mais) posse de bola que o seu adversário.
O segundo, o da virada, saiu dos pés de Messi, que recebeu passe de Iniesta, outro símbolo da equipe que deu base para a seleção espanhola campeã da Copa de 2010.
O argentino, entre técnica e força, encaixou chute que surpreendeu Van der Sar.
O terceiro, de David Villa, foi ainda mais impossível para o excelente goleiro holandês, que se aposenta do futebol com a sensação de dever cumprido ao ter sido vazado só três vezes pelo Barcelona mais fantástico da história.
Até 1992, o maior orgulho esportivo da Catalunha penava para ser protagonista na Europa. Foi em Wembley, dirigido por Cruyff , que o clube conquistou nesse ano sua primeira Copa dos Campeões. Ganhou ali o apelido de Dream Team, alusão ao time de basquete dos EUA que triunfou justamente na Olimpíada de Barcelona-1992.
O clube esperou até 2006 para ganhar pela segunda vez o principal interclubes europeu. Ronaldinho era a estrela maior de um time que já tinha Messi no elenco e que virou o Dream Team 2.
A partir daí, começa uma hegemonia inédita para o Barcelona. Com uma geração de jogadores quase toda formada em casa, ganhou a Copa dos Campeões em 2009 e a deste ano. Parou só na semifinal em 2010 contra a Inter de Mourinho, mais associada a um jogo defensivo.
Sob o comando de Guardiola, o Barcelona obteve três títulos espanhóis consecutivos. Venceu também uma Copa do Rei (2009) e duas Supercopas da Espanha (2009 e 2010) durante o período.
Foi com essa equipe talentosa, puxada pela genialidade de Messi, que o clube conseguiu em 2009 o que faltava em sua galeria, um Mundial.
No final deste ano, no torneio que ocorrerá no Japão, há chance de sair o bi mundial contra o Santos de Neymar. Não o Santos de Pelé, que é, não há dúvida mais, alvo de comparação com o encantador Barça de Messi.


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