São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011

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COI faz mais exigências para o Rio

2016
Contrato do Brasil tem itens inexistentes no acordo de Londres


RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

O COI (Comitê Olímpico Internacional) pode assumir, em parte ou no todo, a execução dos Jogos-2016 se o Rio e o comitê organizador não cumprirem suas tarefas dentro do cronograma.
Essa prerrogativa está expressa no contrato olímpico assinado pelas partes. O mecanismo não existe no acordo para Londres-2012.
Na cláusula 51, item d, do documento está escrito: "Se a cidade, o COB ou o OCOG [sigla em inglês para o comitê organizador] não executarem suas obrigações conforme esse contrato em um tempo adequado, o COI pode fazê-lo ao custo da cidade, do COB e do OCOG, depois de lhes dar um aviso razoável".
É uma das medidas previstas em caso de descumprimentos de contrato, incluídas no capítulo de obrigações comerciais e financeiras. Há outras compensações financeiras previstas, também existentes para Londres.
Outras cláusulas incluídas só para o Rio também revelam que o COI se tornou mais controlador e exigente com os brasileiros do que com seus antecessores ingleses.
O comitê internacional poderá criar manuais técnicos inteiramente novos. Isso pode modificar toda a forma de organização do evento.
Explica-se: são documentos que determinam, detalhadamente, como será feita cada parte dos Jogos, como ingressos, instalações esportivas e marketing. Para Londres, só há previsão de emendas aos manuais técnicos.
O contrato prevê que o comitê da Rio-2016 e a cidade têm que fazer relatórios regulares, ou quando forem requisitados, sobre segurança para a cúpula olímpica. Não há previsão igual na realização da próxima Olimpíada.
Os brasileiros também têm de produzir relatórios sobre o legado olímpico da cidade.
Outra obrigação é garantir o apoio do governo federal ao combate antidoping, com a possibilidade deste fazer investigações. Para Londres, não houve essa exigência.
Os europeus também têm mais direitos. Ficam com parte dos recursos de TV, embora seja o COI quem determina a fatia. E ainda podem amealhar parte de outras receitas, de novo, de acordo com decisão do comitê internacional.
O COI e o Comitê Rio-2016 se recusaram a comentar as mudanças específicas feitas no contrato e só falaram genericamente do documento.
"De uma edição para a próxima, nós tentamos melhorar o que nós fizemos -as mudanças de Londres para o Rio são um simples reflexo disso e nós vamos continuar fazendo emendas quando for apropriado", disse o COI.
"Antes da divulgação do resultado da eleição da cidade-sede (...), o Acordo da Cidade-Sede com o COI foi assinado pelos signatários de todas as cidades-candidatas, Chicago, Tóquio, Rio de Janeiro e Madri", declarou o Comitê Rio-2016.


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