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Separação gera "clima de velório" entre atletas
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
Em meio à euforia pela decisão
da Copa contra a Alemanha, surgiu na seleção brasileira um certo
"clima de velório".
Do técnico Luiz Felipe Scolari
aos dois únicos reservas que não
entraram em campo, o time faz
loas ao clima de união criado em
quase 50 dias de convivência e lamenta o fato de ter de se separar
ao final do Mundial.
"Eu queria que vocês [jornalistas" entrassem na concentração e
pudessem passar um dia com a
gente para ver o que está acontecendo ali. Quando eu chegar na
terça-feira ao Brasil, vou sentir
saudades desse grupo. Porque,
sinceramente, é um grupo que só
fez coisas boas e que tem uma
amizade enorme", afirmou o lateral-esquerdo Roberto Carlos.
"Todo mundo está sentindo falta da família, mas esse ambiente
diminui um pouco a saudade",
completou o jogador, um dos remanescentes de 1998, ao afirmar
que o atual grupo é ainda melhor
que o da Copa da França.
"A gente procura não lembrar
98, que foi uma coisa negativa.
Este grupo está sendo mais amigo
do que aquele. Talvez pelo fato de
ter mais jogadores jovens o clima
esteja mais descontraído, mais
alegre", declarou o atacante Denílson, que também fez parte da
seleção de Zagallo.
O meia Ricardinho, o último a
se incorporar ao time brasileiro
nesta Copa -ele foi convocado
após o corte de Emerson, que se
contundiu às vésperas da estréia-, se disse impressionado
com a diferença em relação à realidade de um clube.
"Essa integração foi criada muito rápido. Às vezes num clube demora seis meses, um ano, para se
chegar ao que conseguimos aqui.
Vamos sentir saudades", afirmou
o jogador do Corinthians.
Até o goleiro Rogério, que nem
pisou em campo, incorporou as
lamúrias pela separação.
"Pude observar nestes últimos
seis anos, desde que servi à seleção pela primeira vez, em 96, que
este é o pessoal mais unido. Para
você conviver 50 dias sem ter um
problema sério, realmente tem
que ser um grupo muito bom",
afirmou o são-paulino.
Pelas declarações, Scolari parece ter conseguido formar a "família" que desejava na seleção.
Em 46 dias com os jogadores, o
treinador, entusiasta do emprego
da psicologia no futebol, conversou separadamente com cada um
e, durante os treinos, deixou sempre aberta a possibilidade de mudar o time titular.
Segundo os próprios atletas, a
estratégia de formar um grupo
"sem titulares" deixou a seleção o
tempo todo motivada.
Dos 23 convocados, só os goleiros Dida e Rogério, reservas de
Marcos, não foram colocados em
campo nesta Copa.
"Não estamos contando os dias
que faltam para o jogo. Estamos
considerando esses dias como
uma perda, porque não teremos
mais o ambiente que formamos
aqui", disse Scolari anteontem.
(FV, FM, JAB, PC E SR)
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