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ALEMANHA
Com 5 gols de cabeça, atleta desdenha de artilharia
Klose afirma que vai usar os pés para decidir
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A YOKOHAMA
Se não estivesse defendendo a
Alemanha, poderia estar vestindo
a camisa da Polônia.
No final de 2000, Miroslav Klose, 24, o artilheiro alemão no
Mundial, foi sondado pelos poloneses, que queriam contar com
seu futebol nas eliminatórias.
O atacante, afinal, tem dupla nacionalidade. Nasceu em Opole, na
Polônia, e só foi morar na Alemanha quando estava para completar dez anos de idade. Acabou dizendo não à seleção polonesa.
Preferiu aguardar a oportunidade
de um dia, talvez, ser chamado
para defender a equipe alemã.
Não teve de esperar mais de três
meses. E logo de cara, ao pegar a
Albânia pelas eliminatórias, marcou um gol. Chegou à Copa-2002
""bem desacreditado", conforme
ele próprio descreveu a uma
emissora de TV inglesa, e deixa o
torneio ""consagrado".
""A experiência aqui valeu demais. Não cheguei como um Ronaldo, um Rivaldo ou um Zidane.
Cheguei como um desconhecido
fora da Alemanha e volto para casa com o reconhecimento de todos, dos meus compatriotas e,
principalmente, de quem não sabia do meu potencial."
Autor de cinco gols no Mundial,
todos eles de cabeça, Klose diz
não estar preocupado em superar
Ronaldo ou Rivaldo e em se tornar o artilheiro do torneio. O título seria o mais importante.
""Independentemente de quem
vencer, alemães e brasileiros já
são campeões. Todos apostavam
em França e Argentina, mas chegaram lá Alemanha e Brasil. Superar as dificuldades para chegar
ao topo não é para qualquer um",
afirmou o atacante.
Klose diz estar mais convicto do
que nunca de que acertou ao trocar a Polônia pela Alemanha. ""Tenho duas nacionalidades, mas no
futebol tenho uma só: a alemã. Foi
na Alemanha que eu me desenvolvi e onde realmente me tornei
jogador. Não poderia nunca vestir
outra camisa."
Ex-carpinteiro, o atacante, filho
de um ex-jogador de futebol polonês e de uma ex-jogadora de handebol, que disputou 82 partidas
pela seleção feminina da Polônia,
iniciou carreira no Blaubach, um
clube alemão de bairro.
No final dos anos 90, chegou ao
Kaiserslautern, onde iniciou como amador até ter sua grande
oportunidade na temporada
2000/2001. Com nove gols, foi o
artilheiro do time, despertando o
interesse dos poloneses e, em seguida, dos próprios alemães.
Na temporada seguinte, destacou-se ainda mais e voltou a ser o
principal goleador da equipe,
agora com 16 gols.
Apesar de não ser ""gigante"
-tem 1,82 m-, é considerado
especialista em lances de bola alta.
Mas não é assim que pensa em
marcar contra o Brasil.
""Chuto com os dois pés e sou
tão bom com eles como sou com a
cabeça." No domingo, diante do
Brasil, tentará provar sua teoria.
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