São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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PAINEL FC

Teoria e prática
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje pedirá a Ricardo Teixeira medidas para evitar o êxodo de jovens para o exterior, é o mesmo que, há pouco mais de um ano, vetou artigo da Lei da Moralização que proibia a transferência de atletas menores de 18 anos para fora do país.

Tarde demais
À época, a Casa Civil argumentou que a idade já era demasiada avançada para evitar o êxodo e não teria efeito prático.

Encontro de inimigos
Aliados históricos e hoje desafetos, Teixeira e o vascaíno Eurico Miranda se encontraram ontem em público pela primeira vez desde o motim do Estatuto do Torcedor, em maio de 2003. Não se cumprimentaram.

Nome riscado
Teixeira agradeceu a presença de personalidades do futebol em lançamento de torneio do Grupo Sendas para jovens carentes, numa churrascaria do Rio. Ignorou o presidente do Vasco.

De volta ao batente
O troco será dado hoje. O ex-deputado culpará a CBF pela atual situação dos clubes brasileiros em audiência na Câmara que discutirá a situação previdenciária do setor.

Festival de sopapos
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, também baterá forte no encontro com os deputados. Mas o alvo será o governo federal, que prometeu ajudar o futebol e, segundo ele, até agora não apresentou nada de prático.

Roque, o demolidor
O corintiano Roque Citadini vai além na proposta da CBF de implodir o Maracanã para uma Copa no país. "Tem que pôr tudo abaixo. Não há no Brasil nenhum estádio em condições de receber um jogo de Copa." Ele não salva nem o mais moderno estádio do país, a Arena da Baixada: "Não tem estacionamento nem rampas de acesso".

Às claras
Na última reunião do Conselho Deliberativo do Santos, a diretoria foi cobrada a fornecer detalhes sobre o contrato do clube com Vanderlei Luxemburgo. O pedido de informações foi encaminhado por Esmeraldo Tarqüinio, ex-presidente do órgão.

Memória recente
Desconfiado de que não haja contrato assinado, o conselheiro argumenta que, quando trocou o Santos pelo Corinthians, em 1997, Luxemburgo "não apenas não cumpriu o que tratou, como abandonou a cidade, deixou dívidas a serem saldadas pelo clube, além de ter-nos constrangido e desrespeitado".

Arquibancada vazia
A desfalcada seleção que se apresentou na Granja Comary não seduziu a torcida de Teresópolis. O alambrado próximo aos campos de treino, que lota quando há estrelas, tinha ontem cerca de 20 torcedores.

Inferno do belo
Alvo de chacota após perder dois pênaltis na Eurocopa, Beckham pode amargar novos revezes na esteira da eliminação inglesa: a empresa Vodafone, que lhe pagou US$ 1,8 milhão por ano pelo último contrato de patrocínio, já encerrado, disse não saber se vai renovar o acordo.

Estante 1
"Com Brasileiro, Não Há Quem Possa!", de Fátima Antunes, analisa, à luz de crônicas de José Lins do Rego, Mário Filho e Nelson Rodrigues, como o futebol interferiu na formação da identidade nacional. O livro é lançado às 19h de hoje, na livraria da Unesp (Cerqueira César).

Estante 2
No mesmo horário, no hotel Clarion, no Itaim Bibi, será lançada a biografia "Osmar Santos - O Milagre da Vida", do jornalista Paulo Mattiussi.

E-mail: painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA

De Mauro Marques, vice-presidente da FPF e ligado ao PT paulista, sobre as críticas de Roque Citadini ao governo Lula:
- Ele deveria cuidar melhor do Corinthians. Está tão por baixo que, se vier a público pedir que aos corintianos pintem a cara de preto-e-branco, a torcida sai às ruas de verde.

CONTRA-ATAQUE

Lei da selva

Após a conquista do Mundial da Suécia-1958, Vavá passou ser chamado de Leão da Copa, por seu senso de liderança e garra.
Em uma partida pela Portuguesa da Ilha do Governador, seu último time, Vavá teve que lidar com a provocação do zagueiro Onça, do Flamengo. Durante o jogo, o beque, além de fazer duras faltas, dizia a Vavá:
- Você pode ser o Leão da Copa em outras bandas. Com o Onça aqui, a história é outra.
Vavá não se intimidou e usou sua experiência para revidar os ataques. Numa cobrança de escanteio, subiu ao lado de Onça e desferiu-lhe uma cotovelada no rosto, longe dos olhos da arbitragem. Com o nariz quebrado, o zagueiro reclamou:
- Vavá, olha o que você fez...
De imediato, o atacante disse:
- É que eu nunca vi onça comer leão.


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