São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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FUTEBOL

Lusos, holandeses e tchecos sofrem com decisões

Eurocopa põe à prova na semifinal países com estigma de "amarelão"

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Portugal, Holanda, República Tcheca e Grécia não usam a cor amarela, mas lutam na semifinal da Eurocopa contra a síndrome de cair em momentos decisivos.
Dois dos semifinalistas do torneio que acontece em Portugal não possuem títulos de expressão. Exceção feita às categorias de base, Portugal sempre foi coadjuvante nas competições. A Grécia tem investido mais no futebol, mas até seus ricos clubes sofrem para alcançar fases finais.
A Holanda é considerada por muitos como a "Portuguesa" das Copas. Monta sistematicamente bons times, revela grandes talentos, mas abocanha poucos títulos. A grande façanha do futebol holandês, vice nas Copas de 1974 e 1978, foi ganhar a Euro de 1988.
A República Tcheca tem currículo parecido com o da Holanda. O país foi duas vezes vice-campeão mundial -em 1934 e em 1962, a então Tchecoslováquia perdeu na final. A glória solitária dos tchecos ocorreu em 1976, quando a equipe venceu a Alemanha nos pênaltis na final da Euro.
Nos últimos anos, portugueses, holandeses e tchecos têm colhido seguidos insucessos inesperados. A geração de Portugal que venceu dois Mundiais sub-20 custou a alcançar a Copa. Quando conseguiu, deu vexame e saiu na primeira fase do Mundial de 2002. Na Eurocopa passada, o time chegou à semifinal, mas perdeu no final da prorrogação para a França.
A Holanda viu o Ajax ser campeão do Mundial interclubes, da Copa dos Campeões e da Copa da Uefa nos anos 90, mas uma das melhores "fornadas" de craques do clube de Amsterdã não triunfou pela "Laranja Mecânica" -caiu diante do Brasil nas Copas de 1994 e 98 e perdeu três Eurocopas nos pênaltis, uma em casa.
Os tchecos têm boa seleção há vários anos, mas custam a vingar. Chegaram à final da Euro em 1996, mas foram vítimas da "morte súbita" diante da Alemanha. Já se acostumaram a não ir à Copa.
Se para acabar com o estigma de "amarelar" os tchecos apostam no mais forte time que já montaram e os holandeses treinam pênaltis, os portugueses confiam na estrela de Scolari, atual campeão mundial e profissional vencedor.
Chamado pelos "fregueses" ingleses de "Big Phil", ele conseguiu o apoio popular que esperava e calou os críticos em Portugal. Até o ídolo Figo perdeu a queda-de-braço com o treinador brasileiro.
A imprensa de alguns países, em especial a inglesa, rendeu-se ao "Big Phil" e o põe acima dos técnicos de suas seleções. O aproveitamento do brasileiro naturalizado Deco na seleção portuguesa é visto como uma das "cartadas" de Scolari. Deco acabou o jogo das quartas-de-final como ala-direito.


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