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Luis Fabiano deixa EUA sonharem só 45 minutos
Atacante lidera reação e se torna quem mais foi às redes sob o comando de Dunga
Brasil 3
EUA 2
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Por 45 minutos, o plano americano para neutralizar o Brasil,
baseado no estudo de estatísticas e de minuciosa observação
do jogo da primeira fase entre
as duas seleções, funcionou.
Mas Bob Bradley, o técnico
dos EUA, não teve uma fórmula
para brecar Luis Fabiano.
O atacante do Sevilla novamente foi o herói nacional, com
dois gols, um esbanjando técnica e o outro de puro oportunismo. Ele é agora o maior artilheiro da seleção com Dunga
como treinador -soma 16 gols,
ou um a mais do que Robinho,
que soma mais que o dobro de
jogos com o técnico gaúcho.
Pelas estatísticas americanas, o time de Bradley, que é
formado na Universidade de
Princeton, uma das mais conceituadas dos EUA, só teria sucesso se anulasse os avanços do
lateral Maicon e superasse Lúcio no jogo aéreo.
Missão cumprida com perfeição na primeira metade da
partida. Aos 10min, Spector
realizou cruzamento pela direita, Dempsey chegou antes de
Lúcio e bateu de primeira para
abrir o placar.
Com Maicon neutralizado
pela direita e André Santos
mais uma vez tímido no apoio,
o Brasil não conseguia avançar
pelas laterais. E, pior, dava espaço para os contra-ataques
norte-americanos -um deles,
aos 27min, foi fatal.
Donovan começou a jogada
que ele mesmo concluiu, com
um belo chute da entrada da
área, que venceu Júlio César.
Só que a estratégia americana começou a ruir logo no primeiro lance da segunda etapa.
Luis Fabiano recebeu na entrada da área, girou o corpo e chutou no canto de Howard para
descontar. Foi o início de um
grande bombardeio.
Segundo o Datafolha, o Brasil
terminou o jogo com 32 finalizações, praticamente o dobro
da sua média nos outros jogos
da Copa das Confederações.
Em uma delas, a cabeçada de
Kaká, a bola ultrapassou a linha
e entrou, mas o juiz não viu.
O empate chegou aos 29min.
Depois de cruzamento pela esquerda, Robinho acertou a trave, e, no rebote, Luis Fabiano,
de cabeça, marcou. "Já ouvi comentários de que o Luis Fabiano não faz gols sempre, que outro deveria ser chamado. Mas vi
logo na primeira convocação
que ele tinha fome de gol e que
ele teria continuidade", falou
Dunga sobre seu pupilo.
Como já virou praxe na seleção, Luis Fabiano foi muito
mais efetivo nas conclusões.
Segundo o Datafolha, 60% de
suas finalizações tiveram a direção certa. Para o resto do time, o índice não chegou a 30%.
Mas faltava o gol da vitória, e
ele saiu em lance que virou especialidade da seleção com seu
atual treinador: a bola parada.
Aos 39min, Elano cobrou escanteio pela direita na cabeça
de Lúcio, que, após várias tentativas, marcou seu primeiro
gol na Copa das Confederações,
justamente o mais importante
da campanha brasileira.
"Corrigimos o posicionamento no intervalo. Pressionamos e depois colocamos dois
jogadores [Daniel Alves e Elano] para ganharmos velocidade", afirmou Dunga sobre a receita da virada.
(EDUARDO ARRUDA E PAULO COBOS)
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