São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Os erros, os acertos e o time

O MAIOR problema da seleção no primeiro tempo contra os Estados Unidos não era perder por 2 x 0. Era concentrar seu jogo inteiro do lado direito, com Maicon. A cada cinco avanços pela direita, uma vez André Santos entrava pela esquerda, mas em diagonal, sem buscar a linha de fundo. Não foi à toa que o escanteio que resultou no contra-ataque mortal -e no segundo gol norte-americano- tenha sido batido do lado direito.
Há três anos é assim. O Brasil sabe o que faz pela direita, não tem jogada, nem marcação do lado esquerdo.
Esse grave defeito da seleção não exclui que se faça uma análise detalhada do que é a era Dunga e que se entenda que o trabalho do treinador é bom, nestes três anos. O que não pode acontecer é basear a crítica pelos resultados. Se a seleção ganha dos Estados Unidos, ergue o troféu da Copa das Confederações, cuidado para não repetir 2005. Se perde... Ah, é uma vergonha perder dos Estados Unidos.
Calma! Nem uma coisa, nem outra.
O Brasil tem um time bem montado, candidato a fazer uma grande Copa do Mundo, o que significa chegar às semifinais e disputar o título. Não significa que a equipe seja perfeita.
A campanha na Copa das Confederações é idêntica à de 1999, para a qual se chamou a atenção neste espaço, semana passada. Aquela foi a única campanha com quatro vitórias nos quatro primeiros jogos. Daquela vez, a seleção levou 2 x 0 do México, buscou o empate, mas perdeu no final por 4 x 3. Coincidências. Desta vez, o placar final é um detalhe.
Mais importante é notar as qualidades e os defeitos da equipe. Mais importante é dizer com todas as letras -porque se disse pouco, nos últimos três anos- que Dunga faz um belíssimo trabalho, que independe do título. É dizer que Dunga descobriu Felipe Mello, montou a defesa, insistiu com Maicon, escalou Ramires na direita. Quase perdeu a decisão da Copa das Confederações. E daí?
Sim, é preciso evitar contra--ataques, como aquele espetacular puxado por Donovan e Altidore, que resultou no segundo gol norte-americano. É preciso melhorar o lado esquerdo. Mas o time existe. E é muito bom.

O VOLANTE DO POVO
Jorginho era o técnico interino ontem e tomou só uma medida diferente do que os treinos de Luxemburgo mostravam. Escalou Souza. Este é o volante do povo. Há tempos as arquibancadas do Parque Antarctica pedem o volante, em especial quando o cabeça de área é Mozart. Ontem Souza foi bem.

O NOME DE TEIXEIRA
Em princípio, não há movimentação na Vila Belmiro pela troca de técnico. Mas nos bastidores, a informação é que, se tivesse que escolher entre Luxemburgo e Muricy Ramalho, Marcelo Teixeira ficaria com Muricy. É mais um dos que acham que, hoje, o ex-são-paulino compensa mais que o ex-palmeirense.

NA BRIGA
Tudo o que o Corinthians precisava era terminar sua participação na Copa do Brasil a no máximo seis pontos de distância dos líderes do Campeonato Brasileiro. Foi o que aconteceu no final de semana. Independentemente do resultado da decisão contra o Internacional, na próxima quarta-feira, no Beira-Rio, o Corinthians começará na semana que vem a levar a campo sua equipe titular e vai entrar na luta pelo seu quinto título brasileiro.

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