|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Presidente Manuel Pacheco põe em dúvida assalto a Eurico Miranda
Lusa envia 'detetive' ao Rio
para apurar renda roubada
e do enviado ao Rio
O presidente da Lusa, Manuel
Gonçalves Pacheco, disse ontem
que vai enviar ao Rio um representante do departamento jurídico do
clube para investigar o assalto ao
vice-presidente do Vasco, Eurico
Miranda, acontecido anteontem.
Miranda disse que pelo menos
quatro homens armados com fuzis
AR-15 o renderam na rua onde
mora -nas Laranjeiras (zona sul
do Rio)- e levaram cerca de R$ 70
mil, aproximadamente metade da
participação do Vasco na renda do
clássico com o Flamengo.
O presidente da Lusa não acredita na versão. "Ele não iria sair com
tanto dinheiro assim sem mais
nem menos. Parece coisa premeditada. Um advogado nosso fará um
levantamento apurado no Rio."
Tanto interesse se justifica. Pacheco disse que o "o clube se sente
lesado" por entender que o dinheiro da renda lhe pertence.
Para o presidente, as rendas e as
cotas de televisão do Vasco deveriam estar penhoradas em favor da
Lusa, devido à dívida referente ao
"caso Dener", jogador morto em
abril de 94, num acidente de carro,
quando defendia a equipe carioca.
A Lusa, que era dona do passe de
Dener, entrou na Justiça contra o
Vasco porque o clube carioca não
fez um seguro de vida para o atleta.
O clube do Canindé exige US$ 4
milhões de indenização e, até agora, ganhou o processo em todas as
instâncias (leia texto ao lado).
Após a última decisão da 7ª Vara
Cível, favorável ao time paulista, o
Vasco ofereceu o estádio de São Januário como garantia do pagamento da indenização.
"Não aceitamos. A tática do
Vasco é caracterizar excesso de penhora, colocando um bem que
tem valor superior ao exigido, para
poder entrar com recurso", disse
Pacheco. Segundo ele, o próximo
passo da Lusa é pedir a penhora
dos passes de jogadores do Vasco,
como o goleiro Carlos Germano.
Para iniciar a execução do processo, a Justiça deve definir qual
imóvel será penhorado. Isso só deve acontecer em 15 dias. O Vasco já
está preparado para entrar com
um embargo da execução.
A 9ª Delegacia de Polícia do Rio
ainda não deu início ao inquérito
sobre o caso do roubo da renda.
Procurado pela Folha, Miranda
não quis se pronunciar.
(ARNALDO
RIBEIRO e MARCÍLIO KIMURA)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|