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Terceiro
Brasil ganha 10 ouros, sua melhor marca em um único dia na história dos Jogos; feito, porém, é insuficiente para país realizar o sonho de superar Cuba
Jorge Araújo/Folha Imagem
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Brasileiros celebram o primeiro lugar no revezamento 4 x 100 m |
ADALBERTO LEISTER FILHO
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
O dia foi épico, mas acabou
com o sabor amargo da realidade no esporte das Américas.
Puxado pelo atletismo, com
quatro ouros, o Brasil teve o seu
melhor desempenho em um
único dia na história dos Pans.
Em um sábado de chuva incessante no Rio de Janeiro, o país
somou 11 medalhas douradas
na penúltima jornada dos Jogos -não havia passado de seis
em apenas um dia até agora.
Só que elas não foram suficientes para o Brasil atingir o
que acabou virando o grande
assunto esportivo do evento carioca. Cuba garantiu o segundo
lugar no quadro de medalhas,
deixando os brasileiros para
trás -os EUA lideram fácil.
Mesmo com o desempenho
mais fraco em décadas, os caribenhos foram bem no boxe, luta e atletismo e abriram uma
vantagem intransponível.
A diferença deve cair hoje, já
que os competidores locais são
favoritos nos eventos derradeiros, como nas decisões de basquete e hipismo e na maratona.
Flávio Saretta ainda disputa a
final do tênis, adiada devido à
chuva. A cerimônia de encerramento será no início da noite.
O Brasil fica, assim, atrás de
um país que não tem 10% de
sua população e, mesmo com a
ajuda da Venezuela (foram repasses de cerca de R$ 75 milhões em 2006), está longe de
receber o investimento que a
Lei Piva e o patrocínio das estatais -quase R$ 200 milhões
anuais- dão ao esporte brasileiro, que faz em casa o melhor
Pan-Americano da sua história.
Tanto que conseguiu cumprir a meta do Comitê Olímpico Brasileiro: ficar em terceiro
lugar -em Santo Domingo-03
foi quarto, atrás do Canadá.
Antes do início das provas de
ontem, Cuba tinha uma vantagem de seis ouros. O Brasil teve
desempenho abaixo do esperado na vela, na qual foi ao topo
do pódio três vezes -esperava-se seis. Até o bicampeão olímpico Robert Scheidt falhou, levando prata na classe laser.
A ginástica rítmica contribuiu com dois ouros, o futsal
com mais um, o vôlei com outro, e o atletismo com quatro.
Neste último esporte, por sinal, o país contou no sábado
com uma diversidade rara.
Conseguiu a medalha de ouro no salto com vara, com Fábio
Gomes da Silva, nos 3.000 m
com obstáculos, com Sabine
Heitling, no salto triplo, com
Jadel Gregório, e no revezamento 4 x 100 m masculino.
Também acabou premiado
com prata (Kleberson Davide)
e bronze (Fabiano Peçanha)
nos 800 m, prova de meio-fundo. No mesmo evento que consagrou Sabine, Zenaide Vieira
foi bronze. Até no lançamento
do dardo, que nunca foi especialidade nacional, o Brasil subiu ao pódio -bronze com Alexon dos Santos Maximiano.
"Esta é mais uma medalha
para mim. Mas é a primeira deles", celebrou Vicente Lenílson,
que formou o time do revezamento, agora tri no Pan, com
Rafael Ribeiro, Basílio Emídio
Morais Júnior e Sandro Viana.
"Esses dois títulos representam a evolução do salto com vara do Brasil", disse Fábio Gomes, referindo-se ao fato de o
Brasil também ter ganho a prova feminina (Fabiana Murer).
Já são 22 medalhas no atletismo -há mais duas chances
na maratona, hoje. A modalidade segue como a recordista de
ouros para o Brasil em Pans,
com folga (45), mas vai perder
para a natação no número total
de pódios (está 136 a 139).
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