São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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ORGANIZAÇÃO

Rio está longe de Olimpíad a, diz Odepa

Para presidente Mario Vázquez Raña, a cidade ainda tem muito por fazer

Dirigente aponta problemas no softbol e no beisebol e a dificuldade com o clima para explicar que apenas Pan não basta para abrigar Jogos

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

O Rio organizou o Pan como vitrine para a candidatura olímpica de 2016. Para chegar à meta, a cidade se propôs a realizar a melhor edição da história da competição das Américas.
Mas, até agora, não ouviu essa avaliação do todo-poderoso da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana).
O mexicano Mario Vázquez Raña, presidente da entidade que comanda os esportes nas Américas, evitou citar "o melhor Pan" em entrevista coletiva ontem à tarde. Ele ainda disse que "o Pan não é passe para sediar os Jogos Olímpicos".
Pouco antes, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., elogiou a competição. "Eu ouvi de muitos dirigentes estrangeiros que o Rio está pronto para tentar e receber a Olimpíada."
Mesmo sentado ao lado do presidente do Co-Rio (comitê organizador do Pan-2007), Carlos Arthur Nuzman, o dirigente mexicano desconversou quando lhe perguntaram se o Rio abriga o melhor Pan.
"Sempre foi uma obsessão do Rio e de todos os 42 comitês olímpicos nacionais [das Américas] que estes fossem os melhores Jogos. O Rio começou a trilhar este caminho, mas ainda faltam 24 horas para o final e amanhã [hoje] farei um balanço muito realista", afirmou.
O presidente da Odepa disse que houve falhas como as ocorridas nas instalações de beisebol e softbol, na Cidade do Rock. Provisórias, elas sofreram com vendaval (parte da estrutura desabou) e chuva (enlameado, o local não pôde receber uma semifinal e a final do softbol previstas para ontem).
Sem a final, cancelada pela organização, o ouro do softbol foi para os EUA.
"O que houve com o beisebol e o softbol foi uma falha difícil de explicar. Poderia até fazer uma brincadeira: no Rio, nunca chove, então o problema deve ser este: choveu. Mas espero que isso [as falhas] sirva de aprendizado no futuro. Muita coisa aqui deve ser repetida, mas há outras que não devem."
Vázquez Raña ainda disse que "o caminho para a candidatura olímpica é longo". "Não vou comentar o que os brasileiros gastaram com o Pan [R$ 3,7 bilhões, quase 800% a mais que o previsto em 2002]. Fizeram para mostrar ao mundo que são capazes de organizar a Olimpíada. Mas, para conseguir êxito, não basta o Pan."


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