|
Texto Anterior | Índice
Primeiros passos
Fundação Real Madrid faz acordo para melhorar atendimento social no Rio e atiça sonho de boleiros
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
Bastou uma caneta branca
e dourada para que o sonho
de se tornar jogador de futebol animasse os 250 meninos
e meninas atendidos pelo
Centro Juvenil Salesiano do
Riachuelo, zona norte do Rio.
Coube ao padre Marcelo
Vicente de Paula e ao coordenador administrativo Antomylson Pimentel tentar
conter a euforia. Eles anunciaram às crianças o convênio com a Fundação Real Madrid, vinculada ao clube espanhol, a ser iniciado em setembro, o primeiro no Brasil.
O aviso veio com um alerta: não se trata de peneira do
clube espanhol, mas sim de
melhorar o atendimento social já feito pelo centro.
Mas bastou o representante da fundação aparecer com
a tal caneta, com o símbolo
do time de Kaká em dourado,
para que todos apontassem
os craques do projeto.
O estudante Alexandre da
Silva, 15, foi um dos alvos,
sob os gritos: "Esse é craque!". "Fica uma esperança.
Se alguém se destacar, acho
que eles [a fundação] podem
levar [para treinar na Espanha]", disse ele, uma das
promessas do local.
A esperança existe, tendo
em vista as perspectivas oferecidas pela fundação. Há a
possibilidade de levar dez
crianças para a Espanha para
conhecer as instalações do
clube e de um jogador do
Real Madrid visitar o centro
para celebrar o início da parceria -além da óbvia proximidade criada com o projeto
social e o time espanhol.
Mas premissas do convênio mostram, para Pimentel,
que não se trata de uma peneira. O acordo prevê a contratação de um psicólogo para dar tratamento personalizado aos meninos atendidos.
As atividades previstas envolvem não apenas futebol,
mas outros esportes como
basquete, vôlei e handebol.
Segue o modelo da fundação
nos 34 países em que atua.
O acordo com a fundação
espanhola se encaixa na metodologia do Salesiano de
"usar o esporte como ferramenta sociopedagógica e de
transformação social".
"Todo menino gosta de futebol. Então eu tenho o poder
nas mãos. Se tiver briga, desrespeito, não tem jogo. Eles
têm que conquistar o futebol", disse o instrutor de educação física Leonardo Ferreira, 22. Antes de cada atividade esportiva, os professores
conversam sobre temas como disciplina e respeito.
Para alguns, jogar futebol
é só uma diversão. "Jogador
de futebol só ganha dinheiro
por causa dos advogados e
não estudam. Eu quero estudar", disse Wesley Matheus,
15, que quer ser engenheiro.
Texto Anterior: Coreia do Norte: Governo questiona técnico e seleção por campanha na Copa Índice
|