São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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POLIVALENTE

Pouco melhor que a Eritréia

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Diretamente de Atenas, minha prima cretina da ilha de Creta, Strava Gancia, informa: a cantora lírica Maria Callas só foi cumprir a profecia embutida em seu nome no dia em que bateu as botas.
Pois é, no quadro geral de medalhas o Brasil conseguiu ficar entre os 25 melhores dos Jogos Olímpicos. Da Albânia até o fim da lista, são 127 países sem nem um bronze sequer para contar a história.
Mas será que integrantes da turma dos sem-medalha como o Principado de Mônaco e o Líbano terão enviado à Grécia delegações tão numerosas quanto a nossa? E essas nulidades olímpicas por acaso têm equipes de natação, de vôlei ou de futebol patrocinadas por empresas estatais e bancadas pelo dinheiro do bolso do contribuinte?
Analisando com alguma frieza a relação entre a quantidade de atletas enviados a Atenas pelo COB, o dinheiro empreendido no esforço e o número de medalhas obtidas, há de se admitir que nossa atuação não foi lá muito mais brilhante do que a da Eritréia, de Trinidad e Tobago ou da Mongólia, que conseguiram a proeza de conquistar um bronze cada um.

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