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VÔLEI
Sem sustos
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Foram vitórias mais do
que anunciadas. Diante dos
frágeis adversários da América
do Sul, o Brasil ganhou todos os
jogos por 3 sets a 0 e conquistou
com tranqüilidade total a vaga
para o Mundial do Japão, em
2006. A única surpresa foi na decisão da outra vaga: o Peru superou a Argentina.
Até esse jogo, que prometia uma
certa disputa, foi morno: no sábado, as peruanas venceram a Argentina por 3 sets a 0. O resultado
é significativo para um país que
foi medalha de prata olímpica no
vôlei feminino. O Peru volta a ser
a segunda força da América do
Sul e volta a disputar o Mundial.
Em 2002, o time não participou
do Mundial da Alemanha. A Argentina ficou com a vaga. A classificação agora animou o técnico
do Peru, Carlos Aparício, que em
1988 era assistente da seleção vice-campeã olímpica, em Seul. Ele
diz que o país está tentando voltar a ter aquele time do passado.
Falta muito ainda.
Tecnicamente, o torneio foi fraco. Ontem, até o Brasil entrou no
jogo dos adversários e errou muito no terceiro set contra a Argentina. Outro exemplo foi a vitória
sobre o Uruguai. Foi um 3 a 0 rapidinho. Pensa que o time uruguaio entrou em baixo-astral?
Que nada! A equipe comemorou
porque fez 36 pontos no Brasil.
Drama mesmo foi da uruguaia
Cecília Frattine, que desatou a
chorar, e a chorar muito, porque
ficou na reserva e queria ter jogado. O sonho de Cecília era marcar
um ponto no Brasil. Isso mesmo,
um ponto só na seleção que ela
considera a melhor do mundo. O
técnico podia ter colaborado com
ela, não é?
O certo é que o Brasil, oficialmente, vai ao Mundial. Pelo rendimento do time no ano e pelo
que tem a evoluir, a chance de
chegar à final e lutar pelo ouro é
grande. O dilema do técnico Zé
Roberto deve começar em novembro, quando Fofão e Walewska
voltam para a Copa dos Campeões. As duas, que atuam no Perugia (Itália), ainda não treinaram com a seleção neste ano. O
técnico quer que elas se juntem ao
grupo em outubro. O time vai ficar com três levantadoras (Fofão,
Marcelle e Carol) e quatro centrais (Walewska, Valeskinha, Fabiana e Carol Gattaz).
Ou seja, a comissão técnica vai
ter que cortar uma levantadora e
uma central. Não vai ser fácil. Fofão e Walewska devem figurar na
equipe titular e, se tudo der certo,
vão disputar o Mundial também.
O time vai ficar bem bacana, mas
a batalha por uma vaguinha entre as 12 também vai esquentar.
Para quem gosta de vôlei, a semana promete jogos legais no ginásio do Ibirapuera. A partir de
hoje, as atletas da seleção vão reforçar seus clubes na Copa Salonpas. Carol, Valeskinha, Paula e
Carol Gattaz defenderão o Osasco. Sassá, Jaqueline, Fabiana, Renatinha e Fabi vão jogar pelo Rio.
Nas primeiras rodadas, houve
equilíbrio. Exemplo: o Osasco ganhou do Rio e perdeu do All Star,
da Bélgica. Também tem o Minas, com as campeãs mundiais
juvenis Ana Tiemi, Fernanda e
Suelen, e o Havana Club, de Marta Sanches. A final é no sábado.
Mundial do Japão
Estados Unidos e Porto Rico conquistaram ontem as duas últimas
vagas para o Mundial masculino de 2006, no Japão. As duas seleções
disputaram o torneio classificatório de Porto Rico. As outras classificadas são: Brasil (atual campeão mundial), Japão (país organizador),
Itália, Rússia, Polônia, Sérvia e Montenegro, Bulgária, Grécia, França, República Tcheca, Alemanha, Argentina, Venezuela, Cuba, Canadá, Tunísia, Egito, Cazaquistão, China, Coréia do Sul, Austrália e Irã.
Salários atrasados
O Suzano está pisando na bola. O clube ainda não acertou o pagamento dos jogadores que defenderam o time na última temporada.
Entre eles estão os atacantes da seleção André Nascimento, Rodrigão
e Murilo, que não receberam três meses de salários.
E-mail cidasan@uol.com.br
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