São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2005

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VÔLEI

Sem sustos

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Foram vitórias mais do que anunciadas. Diante dos frágeis adversários da América do Sul, o Brasil ganhou todos os jogos por 3 sets a 0 e conquistou com tranqüilidade total a vaga para o Mundial do Japão, em 2006. A única surpresa foi na decisão da outra vaga: o Peru superou a Argentina.
Até esse jogo, que prometia uma certa disputa, foi morno: no sábado, as peruanas venceram a Argentina por 3 sets a 0. O resultado é significativo para um país que foi medalha de prata olímpica no vôlei feminino. O Peru volta a ser a segunda força da América do Sul e volta a disputar o Mundial.
Em 2002, o time não participou do Mundial da Alemanha. A Argentina ficou com a vaga. A classificação agora animou o técnico do Peru, Carlos Aparício, que em 1988 era assistente da seleção vice-campeã olímpica, em Seul. Ele diz que o país está tentando voltar a ter aquele time do passado. Falta muito ainda.
Tecnicamente, o torneio foi fraco. Ontem, até o Brasil entrou no jogo dos adversários e errou muito no terceiro set contra a Argentina. Outro exemplo foi a vitória sobre o Uruguai. Foi um 3 a 0 rapidinho. Pensa que o time uruguaio entrou em baixo-astral? Que nada! A equipe comemorou porque fez 36 pontos no Brasil.
Drama mesmo foi da uruguaia Cecília Frattine, que desatou a chorar, e a chorar muito, porque ficou na reserva e queria ter jogado. O sonho de Cecília era marcar um ponto no Brasil. Isso mesmo, um ponto só na seleção que ela considera a melhor do mundo. O técnico podia ter colaborado com ela, não é?
O certo é que o Brasil, oficialmente, vai ao Mundial. Pelo rendimento do time no ano e pelo que tem a evoluir, a chance de chegar à final e lutar pelo ouro é grande. O dilema do técnico Zé Roberto deve começar em novembro, quando Fofão e Walewska voltam para a Copa dos Campeões. As duas, que atuam no Perugia (Itália), ainda não treinaram com a seleção neste ano. O técnico quer que elas se juntem ao grupo em outubro. O time vai ficar com três levantadoras (Fofão, Marcelle e Carol) e quatro centrais (Walewska, Valeskinha, Fabiana e Carol Gattaz).
Ou seja, a comissão técnica vai ter que cortar uma levantadora e uma central. Não vai ser fácil. Fofão e Walewska devem figurar na equipe titular e, se tudo der certo, vão disputar o Mundial também. O time vai ficar bem bacana, mas a batalha por uma vaguinha entre as 12 também vai esquentar.
Para quem gosta de vôlei, a semana promete jogos legais no ginásio do Ibirapuera. A partir de hoje, as atletas da seleção vão reforçar seus clubes na Copa Salonpas. Carol, Valeskinha, Paula e Carol Gattaz defenderão o Osasco. Sassá, Jaqueline, Fabiana, Renatinha e Fabi vão jogar pelo Rio.
Nas primeiras rodadas, houve equilíbrio. Exemplo: o Osasco ganhou do Rio e perdeu do All Star, da Bélgica. Também tem o Minas, com as campeãs mundiais juvenis Ana Tiemi, Fernanda e Suelen, e o Havana Club, de Marta Sanches. A final é no sábado.

Mundial do Japão
Estados Unidos e Porto Rico conquistaram ontem as duas últimas vagas para o Mundial masculino de 2006, no Japão. As duas seleções disputaram o torneio classificatório de Porto Rico. As outras classificadas são: Brasil (atual campeão mundial), Japão (país organizador), Itália, Rússia, Polônia, Sérvia e Montenegro, Bulgária, Grécia, França, República Tcheca, Alemanha, Argentina, Venezuela, Cuba, Canadá, Tunísia, Egito, Cazaquistão, China, Coréia do Sul, Austrália e Irã.

Salários atrasados
O Suzano está pisando na bola. O clube ainda não acertou o pagamento dos jogadores que defenderam o time na última temporada. Entre eles estão os atacantes da seleção André Nascimento, Rodrigão e Murilo, que não receberam três meses de salários.

E-mail cidasan@uol.com.br

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