São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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MOTOR

Ainda é cedo


Barrichello pode conquistar o título, claro, mas otimismo pós-Valencia já deu lugar a um discurso mais realista


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

BARRICHELLO FALOU em título após conseguir, no domingo, a primeira vitória no ano. Falou em "luta boa", em "campeonato aberto", em ser "muito brasileiro".
Na segunda, em entrevista ao site da "Autosport", afirmou que "agora, espero vencer as próximas seis".
Na quinta, já em Spa, lançou o seguinte: "Eu espero que não exista uma motivação para mudarem alguma coisa. Que a gente continue com o trabalho e que vença o melhor".
E ontem avaliou que a Brawn não estará tão forte como em Valencia nem tão fraca como em Budapeste.
Em seis dias, em quatro atos, um cenário mutante. Que não apenas revela muito sobre as chances de Barrichello no campeonato como também joga na mesa os elementos que irão decidir o título de 2009.
A começar pelo frenético sobe e desce das equipes desde Silverstone.
Na Inglaterra, a Red Bull brilhou, a Ferrari cresceu, a Brawn perdeu terreno, a McLaren não existia. Na Alemanha, a Red Bull virou ameaça séria, a Ferrari foi ao pódio, a Brawn caiu mais um pouco, a McLaren continuava morta. Na Hungria, Red Bull e Brawn viraram coadjuvantes, McLaren e Ferrari fizeram lembrar 2008. E, na Espanha, Brawn e McLaren duelaram, a Ferrari cravou mais um pódio, a Red Bull sumiu, ninguém sabe, ninguém viu.
A aparente histeria do discurso de Barrichello tem um pé nessa montanha-russa, agito que a F-1 não experimentava desde 1991, pelo menos.
A empolgação de domingo é compreensível. O abrandamento do otimismo nos dias seguintes, também.
O outro pé está na própria Brawn.
A vantagem de Button não é estratosférica, mas ainda é uma vantagem. E, num cenário adverso, a tendência é que a equipe inglesa concentre esforços em quem está na frente -um piloto inglês, diga-se.
Barrichello tem chances de ser campeão? É claro que sim. Seria estúpido dizer o contrário de um vice-líder. Tem a seu favor a boa fase profissional e o fato de que Button ainda não abandonou um GP -uma hora, deve acontecer. Mas até ele percebeu que ainda é cedo para falar.
Até ele...


EQUILÍBRIO-1
Se na F-1 ainda dá para tentar prever alguma coisa, na Indy isso é impossível. Em 14 etapas até agora, a liderança do campeonato trocou de mãos 12 vezes. Hoje, corre a antepenúltima etapa, em Chicago, com Briscoe na ponta da tabela, mas com Franchitti e Dixon na cola. Falando em Indy, o prefeito do Rio escreveu ontem no Twitter que não vai pagar o que a categoria quer. Ou os representantes da Indy renegociam valores ou Salvador aceita pagar ou o calendário da próxima temporada terá de ser revisto...

EQUILÍBRIO-2
Saio para pit stop de duas semanas. Volto aqui em 19 de setembro. Até.

fabioseixas.folha@uol.com.br

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