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Após trauma, Isinbaieva bate recorde
Derrotada de forma inesperada no Mundial de Berlim, russa supera sua marca e, com 5,06 m, garante ouro em Zurique
Única no mundo a saltar mais do que 5 m, ela precisa de mais 8 quebras de recorde mundial para igualar feito do ucraniano Sergei Bubka
Miro Kuzmanovic/Reuters
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Ielena Isinbaieva, que cravou 5,06 m, novo recorde do
salto com vara, passa com sucesso o sarrafo
DA REPORTAGEM LOCAL
Durou somente pouco mais
de uma semana a crise na carreira de Ielena Isinbaieva.
Depois do inesperado fracasso no Mundial de Berlim, quando ficou sem classificação na final do salto com vara, a russa
recuperou-se em grande estilo,
ontem, na etapa de Zurique, na
Suíça, da Liga de Ouro.
A atleta não cometeu erros
para conquistar a vitória e quebrar o recorde mundial da prova, ao saltar 5,06 m.
"Agora, entendo o motivo da
minha derrota [em Berlim].
Era para alcançar este resultado aqui [em Zurique]. Parece
um sonho, fica até difícil de
acreditar", disse a bicampeã
olímpica, que, com a nova marca, ganhou US$ 100 mil .
Foi a 27ª vez que a atleta quebrou o recorde, sendo que 14
delas foram em competições
indoor e 13 em provas outdoor.
Em toda a sua carreira, Isinbaieva, 27, só não derrubou
mais recordes mundiais no
atletismo do que o ucraniano
Sergei Bubka, também do salto
com vara, que soma 35 marcas
(17 outdoor e 18 indoor).
A supremacia da russa é incontestável: ela é a única mulher a saltar mais do que 5 m. A
segunda melhor marca mundial é da americana Jennifer
Stuczynski, com 4,92 m.
"Estava revigorada, meu objetivo era quebrar a minha
marca e consegui", afirmou ela,
que se disse traumatizada após
o fracasso no Mundial alemão.
Ontem, a russa deu apenas
três saltos. Os dois primeiros
(4,71 m e 4,81 m) serviram apenas para garantir a medalha de
ouro. Na sequência, ela aumentou o sarrafo para 5,06 m.
"Só mesmo a melhor do
mundo para aumentar o sarrafo, logo de cara, mais de 20 cm e
acertar o salto. São muitas variáveis envolvidas na modalidade", disse Elson Miranda, técnico de Fabiana Murer.
Depois de disputar a supremacia no salto com vara com a
compatriota Svetlana Feofanova em 2004 e quebrar o recorde
com 4,89 m, a russa passou a
não ter mais adversárias e foi
aumentando suas marcas.
"Ainda hoje [ontem], conversando com o Vitaly Petrov [técnico de Isinbaieva], comentamos como ela é forte. É impressionante a capacidade mental
dela para reverter situações adversas", disse Elson.
A competição na Suíça marcou também a recuperação de
Murer, que terminou com a
quinta colocação no Mundial,
com 4,65 m. Ontem, a brasileira
saltou 4,71 m e levou o bronze.
A prata ficou com Anna Rogowska, com 4,76 m -um centímetro a mais do que a própria
polonesa saltou para conquistar o título mundial em Berlim.
"Ao contrário da Alemanha,
foi bom saltar em Zurique. Deu
tudo certo, mas ainda quero
passar os 4,80 m nesta temporada", disse Murer, recordista
sul-americana, com 4,82 m.
Na próxima semana, em Bruxelas, na Bélgica, Isinbaieva
disputa a sexta e última etapa
da Liga de Ouro. Caso vença, ela
pode faturar US$ 1 milhão.
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