São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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Após trauma, Isinbaieva bate recorde

Derrotada de forma inesperada no Mundial de Berlim, russa supera sua marca e, com 5,06 m, garante ouro em Zurique

Única no mundo a saltar mais do que 5 m, ela precisa de mais 8 quebras de recorde mundial para igualar feito do ucraniano Sergei Bubka

Miro Kuzmanovic/Reuters
Ielena Isinbaieva, que cravou 5,06 m, novo recorde do
salto com vara, passa com sucesso o sarrafo


DA REPORTAGEM LOCAL

Durou somente pouco mais de uma semana a crise na carreira de Ielena Isinbaieva.
Depois do inesperado fracasso no Mundial de Berlim, quando ficou sem classificação na final do salto com vara, a russa recuperou-se em grande estilo, ontem, na etapa de Zurique, na Suíça, da Liga de Ouro.
A atleta não cometeu erros para conquistar a vitória e quebrar o recorde mundial da prova, ao saltar 5,06 m.
"Agora, entendo o motivo da minha derrota [em Berlim]. Era para alcançar este resultado aqui [em Zurique]. Parece um sonho, fica até difícil de acreditar", disse a bicampeã olímpica, que, com a nova marca, ganhou US$ 100 mil .
Foi a 27ª vez que a atleta quebrou o recorde, sendo que 14 delas foram em competições indoor e 13 em provas outdoor.
Em toda a sua carreira, Isinbaieva, 27, só não derrubou mais recordes mundiais no atletismo do que o ucraniano Sergei Bubka, também do salto com vara, que soma 35 marcas (17 outdoor e 18 indoor).
A supremacia da russa é incontestável: ela é a única mulher a saltar mais do que 5 m. A segunda melhor marca mundial é da americana Jennifer Stuczynski, com 4,92 m.
"Estava revigorada, meu objetivo era quebrar a minha marca e consegui", afirmou ela, que se disse traumatizada após o fracasso no Mundial alemão.
Ontem, a russa deu apenas três saltos. Os dois primeiros (4,71 m e 4,81 m) serviram apenas para garantir a medalha de ouro. Na sequência, ela aumentou o sarrafo para 5,06 m.
"Só mesmo a melhor do mundo para aumentar o sarrafo, logo de cara, mais de 20 cm e acertar o salto. São muitas variáveis envolvidas na modalidade", disse Elson Miranda, técnico de Fabiana Murer.
Depois de disputar a supremacia no salto com vara com a compatriota Svetlana Feofanova em 2004 e quebrar o recorde com 4,89 m, a russa passou a não ter mais adversárias e foi aumentando suas marcas.
"Ainda hoje [ontem], conversando com o Vitaly Petrov [técnico de Isinbaieva], comentamos como ela é forte. É impressionante a capacidade mental dela para reverter situações adversas", disse Elson.
A competição na Suíça marcou também a recuperação de Murer, que terminou com a quinta colocação no Mundial, com 4,65 m. Ontem, a brasileira saltou 4,71 m e levou o bronze.
A prata ficou com Anna Rogowska, com 4,76 m -um centímetro a mais do que a própria polonesa saltou para conquistar o título mundial em Berlim.
"Ao contrário da Alemanha, foi bom saltar em Zurique. Deu tudo certo, mas ainda quero passar os 4,80 m nesta temporada", disse Murer, recordista sul-americana, com 4,82 m.
Na próxima semana, em Bruxelas, na Bélgica, Isinbaieva disputa a sexta e última etapa da Liga de Ouro. Caso vença, ela pode faturar US$ 1 milhão.


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