MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

No início do caminho que alçou o vôlei brasileiro à elite do esporte havia um Mundial da Argentina, uma seleção renovada e um treinador em início de trabalho.
Vinte anos depois, um renovado time brasileiro, com outro técnico recém-chegado ao cargo, volta às quadras argentinas para, desta vez, buscar a partir de hoje o único título que falta ao já consagrado vôlei do Brasil.
O Mundial de 1982 marcou a primeira conquista daquela que ficaria conhecida como a geração de prata e serviu como um divisor de águas do vôlei no país.
Frustrados com o fracasso da seleção de futebol na Copa da Espanha, os brasileiros se voltaram para o esporte que, pela primeira vez, tinha um Mundial transmitido ao vivo na TV, pela Record.
Um ano depois, cerca de 100 mil pessoas estiveram no Maracanã para assistir à revanche contra a União Soviética, que frustrara o sonho dourado brasileiro.
Em 1984, os brasileiros conquistariam a prata em Los Angeles.
"Mais do que a medalha, aquele Mundial foi importante porque iniciou a massificação do vôlei no Brasil. Nós éramos reconhecidos nas ruas. Foi uma loucura", relembra William Carvalho.
A formação das duas seleções brasileiras em Mundiais argentinos tem semelhanças: atacantes baixos e talentosos, e levantadores brilhantes. William ficou 16 anos no time. Quando aposentou a camisa verde-amarela, deu vaga a Maurício, intocável até hoje.
Os dois times também começaram a se destacar com treinadores recém-chegados ao cargo. Em 1981, Bebeto de Freitas assumiu a jovem geração de William, Renan, Xandó, Montanaro e Bernard. A ascensão foi meteórica e, em um ano, o time subiu ao pódio de todos os torneios que jogou.
Bernardinho, reserva de William na geração de prata, assumiu o comando da seleção em 2000, após um período ruim, sem conquistas importantes.
Desde então, a equipe só não venceu duas competições que disputou e voltou a conquistar a Liga Mundial depois de oito anos.


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