São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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FUTEBOL

Europenta

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

No maior torneio do planeta, o Brasil ficou à frente da Alemanha. O assunto não é a Copa do Mundo, e sim a Copa dos Campeões, o principal interclubes. Segundo a Uefa, são 53 jogadores brasileiros na nobre competição e 51 alemães, que contam com três clubes na fase final do torneio. Para se ter uma idéia melhor do que representa isso, mais de 5% dos atletas da Copa dos Campeões (a nata do futebol) são do país pentacampeão.
O Brasil só perde em número de jogadores no evento para Inglaterra, Espanha e Itália, que contam com quatro equipes na liga, e para França e Holanda, que possuem três times no torneio e, por tradição, um "pé-de-obra" bastante qualificado.
O título que a seleção ganhou neste ano poderia justificar a expressiva presença nacional nos principais clubes europeus. Mas isso, curiosamente, não é o que ocorre (em outros anos, a presença brasileira lá foi até maior).
Só nove dos 23 pentas estão desfilando na maior passarela do futebol de clubes. Exceção feita a Gilberto Silva, todos os brasileiros nessa vitrine já figuravam no eldorado da bola antes da Copa.
Mais interessante até do que constatar agora que cerca de 83% dos atletas nacionais na Copa dos Campeões ficaram de fora do Mundial é ver uma situação não muito confortável para os atletas que chegaram ao topo com Luiz Felipe Scolari há quase três meses.
Ronaldo, artilheiro da Copa, assiste de camarote às brilhantes atuações de Guti -desde os 2 a 0 na Alemanha, não sai da mídia e não entra em campo. O atacante sabe bem a obrigação que terá. Já declarou não ter desculpas para não fazer dezenas de gols defendendo o atual Real Madrid.
Rivaldo, estranhamente, está ainda tímido no Milan. Reconhece que precisa "pensar" (e agir) mais rápido no futebol italiano. Nas estatísticas da Uefa, é o segundo atleta que mais chuta para fora na Copa dos Campeões, torneio em que o Milan vai bem. Nos últimos dias, até teria rolado um "caso Rivaldo", desmentido.
Ronaldinho, o terceiro badalado "erre" da seleção na Copa, ainda patina no PSG. Uma mudança para a Inter poderia gerar uma segunda "fenomenal" decepção.
Os zagueiros Edmilson, Lúcio e Roque Júnior, após calarem críticos em junho, temem uma temporada ruim. O primeiro já admitiu má fase. O segundo não tem evitado a queda de sua equipe, que até de seis apanhou. O terceiro pode ficar no estaleiro, já que Simic, Nesta e Maldini prometem a melhor defesa da Europa.
Cafu mais uma vez experimenta a fúria de torcedores da Roma. E Roberto Carlos, mesmo mantendo a regularidade no Real, fica um pouco mais ofuscado no time de Madri com a chegada de mais um astro para jogar à sua frente.
Só Dida, que ganhou a titularidade quando a defesa do Milan parece ter se acertado, e Gilberto Silva, que chegou humilde a um time de estrelas e roubou a cena, estão de fato em alta agora.
Se pensarmos que no Brasil o São Paulo de Rogério, Kaká e Ricardinho vive escorregando, Vampeta não está rendendo bem, Kléberson não foi para o exterior e caiu de produção, o Grêmio joga até melhor sem Anderson Polga, e Marcos já deixou na mão o lanterna Palmeiras, é sensível uma leve crise pós-penta. Que o digam o ainda desempregado Scolari e seus "familiares" que perderam o emprego -Murtosa e Paixão.

Real Madrid
Com o acordo entre Ronaldo e Traffic, teremos overdose de Real na TV. Na Copa dos Campeões, a ESPN já prioriza descaradamente o time de Madri. No Campeonato Espanhol, com menos opções, a prioridade da Band será total. Confira.

Ronaldo
Com o acordo com a Bandeirantes, o jogador aparecerá menos agora na Globo. Confira.

Copa dos Campeões
Adivinha quem é o favorito? Em Londres, o centro das apostas, paga-se três vezes o investido no Real Madrid. Em seguida, na cotação das bolsas, estão Manchester United e Arsenal (6/1). Juventus, La Coruña e Bayern de Munique (12/1); Milan, Internazionale e Valencia (14/1); Roma e Liverpool (20/1).


E-mail rbueno@folhasp.com.br



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