São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2004

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TÊNIS

O mundo deles e o nosso

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

A Espanha tinha 2 a 1 sobre a França. Com 18 mil espanhóis aos berros na Plaza de Toros, em Alicante, o experimentado Carlos Moyá sentiu-se mal e foi substituído na manhã de domingo por Rafael Nadal, 18.
Contra um experiente e raçudo Arnaud Clement, o jovem Nadal jogou feito gente grande. Sem tremer, marcou 6/4, 6/1 e 6/2. Colocou a Espanha na final da Copa Davis, contra os EUA.
"Nadal mostrou que, apesar de jovem, é maduro. Sabe jogar sob pressão." As palavras, ufanismo puro, não foram de um espanhol, mas do capitão francês, o também experimentado Guy Forget.
Outro garoto, como Nadal, fez o batismo na Copa Davis no domingo. Leonardo Kirche disputou seu primeiro jogo na competição. O paulista não teve o apoio de 18 mil torcedores. Em Brasília, foram uns 30, se tanto.
Kirche também venceu, mas sua superação não levou a nada. O Brasil caiu para a terceira divisão. Torce para pegar Antilhas ou Bahamas. Com sorte, em casa.
Nadal, sabe-se que estará na final da Davis, com Juan Carlos Ferrero, Moyá e Tommy Robredo. Já Kirche, alguém tem idéia?
 
A Usta, a "CBT dos EUA", anunciou um novo presidente: Franklin Johnson. E daí?
Johnson é um ex-tenista universitário. Contador, trabalhou na Price Waterhouse. Na Califórnia, foi diretor de um torneio profissional, colabora há décadas com a entidade que agora presidirá por dois anos (nem um dia a mais, nem um dia a menos).
Johnson comandará o tênis norte-americano por consenso. Terá em sua diretoria um executivo, um economista, uma professora de tênis, um empresário, um ex-prefeito de Nova York, um consultor em marketing esportivo e um ex-tenista profissional.
Por aqui, segue a briga pela CBT, luta selvagem e sangrenta, mas objetivos pouco claros e metas muito menos específicas.
Nos EUA, sabe-se o que os dirigentes buscarão: mais associados (hoje são 675 mil), reinvestimento maior na formação e aumento na rentabilidade dos eventos que antecedem o Aberto dos EUA.
Aqui, alguém tem idéia de como vai terminar essa pancadaria pela CBT?
 
Convém observar mais de perto o argentino Guillermo Cañas.
Em 2001, superou contusão e subiu de 227º para 15º no ranking. Em 2003, passou por cirurgia e se manteve top 20.
No ano passado, teve outra operação e ficou afastado oito meses. Agora, recuperado, ganhou dois títulos e, nesta semana, é um dos favoritos em Xangai. Vem de 14 vitórias nos últimos 15 jogos.
Sabe-se que não será surpresa se Cañas beliscar uma vaga no top ten daqui a um tempo.
Aqui, alguém sabe como será o amanhã de Gustavo Kuerten, que teve dores, esperou para fazer a cirurgia, operou escondido, disse que estava tudo bem, voltou logo, sentiu dores de novo, teve resultados negativos, se disse motivado, passou por nova cirurgia escondida e repete que está tudo bem?

No Nordeste e no Sudeste
Francisco Costa venceu o Future de Fortaleza. Na final, bateu Alexandre Bonatto. Nesta semana, o Squash Tennis Center recebe o Future de Recife. Na semana que vem, o circuito vai a Guarulhos.

No Paraná
Bruno Rosa, Karina Chiarelli (18 anos), Rafael Garcia, Aline Berkenbrock (16), Rodrigo Traldi, Carolina de Luca (14), Eduardo Dischinger e Isabela Miró (12) venceram a Credicard MasterCard Junior's Cup.

Lá fora
Maria Fernanda Alves alcançou nesta semana seu melhor ranking. É, hoje, a 176ª do mundo. Fez boa campanha nos EUA, o que lhe valeu a subida. A segunda brasileira mais bem colocada é Carla Tiene, 304ª.

E-mail reandaku@uol.com.br


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