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TÊNIS
O mundo deles e o nosso
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
A Espanha tinha 2 a 1 sobre
a França. Com 18 mil espanhóis aos berros na Plaza de Toros, em Alicante, o experimentado Carlos Moyá sentiu-se mal e
foi substituído na manhã de domingo por Rafael Nadal, 18.
Contra um experiente e raçudo
Arnaud Clement, o jovem Nadal
jogou feito gente grande. Sem tremer, marcou 6/4, 6/1 e 6/2. Colocou a Espanha na final da Copa
Davis, contra os EUA.
"Nadal mostrou que, apesar de
jovem, é maduro. Sabe jogar sob
pressão." As palavras, ufanismo
puro, não foram de um espanhol,
mas do capitão francês, o também experimentado Guy Forget.
Outro garoto, como Nadal, fez o
batismo na Copa Davis no domingo. Leonardo Kirche disputou
seu primeiro jogo na competição.
O paulista não teve o apoio de 18
mil torcedores. Em Brasília, foram uns 30, se tanto.
Kirche também venceu, mas
sua superação não levou a nada.
O Brasil caiu para a terceira divisão. Torce para pegar Antilhas ou
Bahamas. Com sorte, em casa.
Nadal, sabe-se que estará na final da Davis, com Juan Carlos
Ferrero, Moyá e Tommy Robredo.
Já Kirche, alguém tem idéia?
A Usta, a "CBT dos EUA",
anunciou um novo presidente:
Franklin Johnson. E daí?
Johnson é um ex-tenista universitário. Contador, trabalhou na
Price Waterhouse. Na Califórnia,
foi diretor de um torneio profissional, colabora há décadas com
a entidade que agora presidirá
por dois anos (nem um dia a
mais, nem um dia a menos).
Johnson comandará o tênis
norte-americano por consenso.
Terá em sua diretoria um executivo, um economista, uma professora de tênis, um empresário, um
ex-prefeito de Nova York, um
consultor em marketing esportivo
e um ex-tenista profissional.
Por aqui, segue a briga pela
CBT, luta selvagem e sangrenta,
mas objetivos pouco claros e metas muito menos específicas.
Nos EUA, sabe-se o que os dirigentes buscarão: mais associados
(hoje são 675 mil), reinvestimento
maior na formação e aumento na
rentabilidade dos eventos que antecedem o Aberto dos EUA.
Aqui, alguém tem idéia de como vai terminar essa pancadaria
pela CBT?
Convém observar mais de perto
o argentino Guillermo Cañas.
Em 2001, superou contusão e
subiu de 227º para 15º no ranking. Em 2003, passou por cirurgia e se manteve top 20.
No ano passado, teve outra operação e ficou afastado oito meses.
Agora, recuperado, ganhou dois
títulos e, nesta semana, é um dos
favoritos em Xangai. Vem de 14
vitórias nos últimos 15 jogos.
Sabe-se que não será surpresa se
Cañas beliscar uma vaga no top
ten daqui a um tempo.
Aqui, alguém sabe como será o
amanhã de Gustavo Kuerten, que
teve dores, esperou para fazer a
cirurgia, operou escondido, disse
que estava tudo bem, voltou logo,
sentiu dores de novo, teve resultados negativos, se disse motivado,
passou por nova cirurgia escondida e repete que está tudo bem?
No Nordeste e no Sudeste
Francisco Costa venceu o Future de Fortaleza. Na final, bateu Alexandre Bonatto. Nesta semana, o Squash Tennis Center recebe o Future de Recife. Na semana que vem, o circuito vai a Guarulhos.
No Paraná
Bruno Rosa, Karina Chiarelli (18 anos), Rafael Garcia, Aline Berkenbrock (16), Rodrigo Traldi, Carolina de Luca (14), Eduardo Dischinger
e Isabela Miró (12) venceram a Credicard MasterCard Junior's Cup.
Lá fora
Maria Fernanda Alves alcançou nesta semana seu melhor ranking. É,
hoje, a 176ª do mundo. Fez boa campanha nos EUA, o que lhe valeu a
subida. A segunda brasileira mais bem colocada é Carla Tiene, 304ª.
E-mail reandaku@uol.com.br
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