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Edmundo sugere lanche e camisa para cativar juiz
Palmeirense defende tratamento VIP de clubes a árbitros para evitar prejuízos
Associação Nacional dos Árbitros agradece ao atleta, mas lembra que juízes não devem levar regalias em conta na hora de apitar
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Edmundo tem uma receita
simples, mas polêmica, para
evitar que os times sejam prejudicados por eventuais erros
da arbitragem numa partida:
carinho e cordialidade.
O atacante vê na arte de ser
um bom anfitrião a maneira
mais fácil de fazer com que os
árbitros entrem em campo desprovidos de quaisquer antipatias com relação ao time. No caso de Edmundo, o Palmeiras.
"Seria importante para o Palmeiras receber bem os árbitros,
com um bom vestiário, um lanche, mandar umas camisas. O
juiz é humano e tem uma fração de segundos para decidir.
Na dúvida, pode decidir contra
o clube que tiver alguma mágoa, por exemplo. Acho importante essa relação de empatia",
prega Edmundo, que afirma já
ter sentido essa diferenciação
em campo, só pelo relacionamento de árbitros com ele.
"Às vezes, por ter mais simpatia, um juiz marca uma falta
em mim e não marca a mesma
falta no outro. Eu tento ter boa
relação com eles, e acho que o
Palmeiras deveria seguir esse
raciocínio. Muitos árbitros me
pedem camisa, por exemplo, e
não custa dar", comenta.
Para a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol),
a recomendação de Edmundo
deveria ser uma obrigação dos
clubes. "Nos sentimos agradecidos ao Edmundo por ter falado isso. Todos os clubes têm a
obrigação de receber bem o árbitro. Tem que ter lanche, refrigerante. Se o clube quiser dar
uma camisa, tudo bem", opina
José de Assis Aragão, presidente da Anaf e ex-árbitro.
No entanto, Aragão refuta a
tese de que tais agrados a um
árbitro devam servir para fazê-lo pender para um dos lados em
uma partida. "Nada disso deve
fazer o árbitro ser simpático a
um clube. Não se pode deixar
levar por isso. Ele tem que saber diferenciar", completa.
O Palmeiras é um dos times
que mais tiveram problemas no
Brasileiro por reclamações de
arbitragens, mas não por retaliações deliberadas de juízes.
O assunto foi o estopim para
a crise iniciada na semana passada, que causou até o pedido
de demissão de Tite.
O então treinador do Palmeiras ouviu o diretor de futebol
do clube, Salvador Hugo Palaia,
aconselhá-lo a "calar a boca" e
não reclamar de erros da arbitragem. Tite se ofendeu com a
declaração feita pelo dirigente
e pediu demissão.
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