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Maratona ganha novo recorde
Após desistir da prova na Olimpíada, Haile Gebrselassie quebra marca em Berlim pela segunda vez
Etíope corre, pela primeira vez, abaixo de 2h04min, vira o grande nome da distância e consolida evento alemão como um dos mais rápidos
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez consecutiva, o etíope Haile Gebrselassie,
35, bateu o recorde mundial da
maratona em Berlim. Foi a primeira vez na história que um
corredor completou o percurso
em menos de 2h04min.
Com o resultado, o africano
recuperou-se da decepção da
Olimpíada de Pequim, quando
desistiu de atuar na prova por
conta da poluição. Ele só correu
os 10.000 m, em que ficou na
sexta posição, perdendo para o
compatriota Kenenisa Bekele.
Favorecido pelo percurso
plano e pela temperatura amena, o etíope marcou ontem
2h03min59s. Tempo 27 segundos inferior ao recorde anterior, obtido também em Berlim, na edição do ano passado.
O resultado consolidou o domínio do etíope na maratona e
confirmou que a capital alemã
tem, atualmente, o percurso
mais rápido da categoria.
"Antes de vir para cá, sabia
que poderia fazer alguma coisa
em Berlim, porque, desde que
comecei a correr, é minha cidade da sorte", contou Gebrselassie, que disputa a prova desde
2006. Nesses três anos, baixou
seu tempo em quase dois minutos, pois marcara 2h05min56s
em 2006. Para isso, contou com
uma temperatura entre 12C e
16C, além do percurso plano.
Ainda houve coelhos que forçaram o seu ritmo de passada
até o km 32, que acabaram elogiados pelo recordista. Depois
dessa distância, o etíope correu
acompanhado apenas do queniano James Kwambai, que
perdeu força no km 36.
A partir daí, Gebrselassie
passou a correr sozinho, sob os
olhares de cerca de 1 milhão de
torcedores que assistiram à
prova pelas ruas da cidade.
"Tive um pequeno problema
na panturrilha e parei por uma
semana, mas recomecei na semana seguinte. Então, tinha algumas dúvidas sobre hoje",
contou o bicampeão.
A maratona feminina também teve ritmo forte. Vencedora da prova, a alemã Irina Mikitenko marcou o quarto melhor
tempo da história da distância,
com 2h19min19s.
Com isso, a maratona de Berlim deste ano tornou-se a segunda mais forte de todos os
tempos. Somando-se os tempos dos vencedores no masculino e no feminino, 4h23min18s,
quatro segundos a mais do que
a de Chicago-2002, a melhor.
Mas a prova alemã já se consolidou como a mais rápida. Foi
o quarto recorde mundial em 11
anos. Na história, só fica atrás
de Londres, com sete marcas.
O recorde do africano também mostra que nesta década a
maratona voltou a ter evolução
de tempos significativa. Foram
quatro recordes, contra dois
dos anos 90 -os anos 50 e 60 tiveram seis marcas cada um.
A participação de Gebrselassie em Berlim só foi possível
por sua desistência da maratona olímpica. Caso tivesse disputado em Pequim, dificilmente teria condições de correr,
ainda mais forte, na Alemanha.
Para não correr na China, ele
alegou que, como asmático, poderia ter sua carreira reduzida
por conta da poluição chinesa.
Vencedor da maratona olímpica, o atleta queniano Samuel
Wanjiru perdeu ontem uma
prova de 10 km em Scicli, na
Itália. Terminou na segunda
colocação, superado pelo compatriota Edwin Soi.
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