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golpe
Palaia assume presidência interina do Palmeiras, dissolve diretoria de futebol, provoca racha e
ira no clube e pode antecipar a volta de Belluzzo
BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC
LUCAS REIS
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO
Salvador Hugo Palaia é o
novo presidente do Palmeiras. E, em poucas horas no
cargo, iniciou uma revolução
que tem data para acabar.
Primeiro vice-presidente
do clube, Palaia assumiu interinamente o mandato por
45 dias, ou seja, até 10 de novembro. Entrou no lugar de
Luiz Gonzaga Belluzzo, licenciado por problemas de
saúde -ele passou ontem
por uma cirurgia no coração.
Assim que assumiu, Palaia
provocou mudanças radicais
no departamento de futebol.
Na verdade, ele o dissolveu:
Gilberto Cipullo, Savério Orlandi e Genaro Marino deixaram suas funções. E o novo
presidente anunciou a criação de um conselho gestor.
A ideia original de Palaia
é que um grupo de nove pessoas passe a comandar o
departamento de futebol
-Wlademir Pescarmona
será o diretor principal.
Ou seja, o que era para ser
apenas uma substituição
temporária transformou a
política do Palmeiras em
caos, irritou diretores e conselheiros, causou um racha
na situação e deve até antecipar a volta de Belluzzo.
"Em 50 anos de Palmeiras,
nunca vi nada parecido. Foi
uma atitude lamentável, intempestiva, um ódio que estava armazenado havia quatro anos", afirmou o conselheiro Seraphim Del Grande,
um dos nove convidados a
formar o conselho gestor,
mas que adiantou que não
aceitará o convite.
O fato é que Gilberto Cipul-lo, ex-homem forte do futebol do clube e de confiança
de Belluzzo, jamais se entendeu com Palaia, que sempre
sonhou com a presidência e
deve concorrer à vaga definitiva na próxima eleição, em
janeiro de 2011.
"Sou favorável a pacificar
o clube. Não abro mão da minha candidatura para o próximo biênio. Serei um candidato conciliador", disse Palaia ao site oficial do clube.
A Folha também apurou
que a prioridade do novo presidente é cortar gastos no departamento de futebol.
A revolução de Palaia provocou reações. O grupo formado por Del Grande, Cipul-
lo e Genaro Marino já articula
uma volta antecipada de Belluzzo ao poder. Não descartam que ele passe a despachar em sua casa ou até mesmo do hospital.
O fato é que, mesmo se Bel-luzzo voltar apenas após os
seus 45 dias de licença, o
mais provável é que tudo volte a ser como antes.
"As decisões são polêmicas. Conforme a ala em que a
pessoa pertence, há críticas
ou congratulações. Isso é
normal em uma comunidade
italiana", disse Clemente Pereira Júnior, aliado de Palaia.
"Pode ter certeza de que,
nos próximos 45 dias, o Palmeiras será respeitado por
todos", disse Palaia, novamente ao site oficial do clube.
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