São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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golpe

Palaia assume presidência interina do Palmeiras, dissolve diretoria de futebol, provoca racha e ira no clube e pode antecipar a volta de Belluzzo

BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC
LUCAS REIS
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Salvador Hugo Palaia é o novo presidente do Palmeiras. E, em poucas horas no cargo, iniciou uma revolução que tem data para acabar.
Primeiro vice-presidente do clube, Palaia assumiu interinamente o mandato por 45 dias, ou seja, até 10 de novembro. Entrou no lugar de Luiz Gonzaga Belluzzo, licenciado por problemas de saúde -ele passou ontem por uma cirurgia no coração.
Assim que assumiu, Palaia provocou mudanças radicais no departamento de futebol. Na verdade, ele o dissolveu: Gilberto Cipullo, Savério Orlandi e Genaro Marino deixaram suas funções. E o novo presidente anunciou a criação de um conselho gestor.
A ideia original de Palaia é que um grupo de nove pessoas passe a comandar o departamento de futebol -Wlademir Pescarmona será o diretor principal.
Ou seja, o que era para ser apenas uma substituição temporária transformou a política do Palmeiras em caos, irritou diretores e conselheiros, causou um racha na situação e deve até antecipar a volta de Belluzzo.
"Em 50 anos de Palmeiras, nunca vi nada parecido. Foi uma atitude lamentável, intempestiva, um ódio que estava armazenado havia quatro anos", afirmou o conselheiro Seraphim Del Grande, um dos nove convidados a formar o conselho gestor, mas que adiantou que não aceitará o convite.
O fato é que Gilberto Cipul-lo, ex-homem forte do futebol do clube e de confiança de Belluzzo, jamais se entendeu com Palaia, que sempre sonhou com a presidência e deve concorrer à vaga definitiva na próxima eleição, em janeiro de 2011.
"Sou favorável a pacificar o clube. Não abro mão da minha candidatura para o próximo biênio. Serei um candidato conciliador", disse Palaia ao site oficial do clube.
A Folha também apurou que a prioridade do novo presidente é cortar gastos no departamento de futebol.
A revolução de Palaia provocou reações. O grupo formado por Del Grande, Cipul- lo e Genaro Marino já articula uma volta antecipada de Belluzzo ao poder. Não descartam que ele passe a despachar em sua casa ou até mesmo do hospital.
O fato é que, mesmo se Bel-luzzo voltar apenas após os seus 45 dias de licença, o mais provável é que tudo volte a ser como antes.
"As decisões são polêmicas. Conforme a ala em que a pessoa pertence, há críticas ou congratulações. Isso é normal em uma comunidade italiana", disse Clemente Pereira Júnior, aliado de Palaia.
"Pode ter certeza de que, nos próximos 45 dias, o Palmeiras será respeitado por todos", disse Palaia, novamente ao site oficial do clube.


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