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Na "carona" de vereador, Mancha cobra Palmeiras
Principal torcida organizada pega emprestado carro do presidente da Câmara Municipal para viajar até Atibaia
Líder de uniformizada fala por uma hora com time, que não vence há 4 partidas e tenta reagir hoje, contra o Goiás, em seus domínios
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
EVANDRO SPINELLI
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na antevéspera de jogar uma
decisão contra o Goiás, os jogadores do Palmeiras tiveram
"preleção" da principal organizada do time. Cinco integrantes
da Mancha Alviverde foram a
Atibaia para cobrar os atletas.
Viajaram até a concentração
palmeirense em um veículo do
vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), que é presidente
da Câmara Municipal e presidente de honra da organizada.
Segundo relato de um dos
presentes, que se identificou
como Fepasa, um dos líderes da
torcida, Paulo Serdan, falou por
cerca de uma hora com os jogadores. O técnico Muricy Ramalho não esteve presente no encontro, mas o gerente de futebol Toninho Cecílio, sim.
"O pessoal ficou quieto escutando e concordou que precisava ouvir algumas coisas, que a
cobrança estava muito leve",
afirmou Fepasa.
O vereador Rodrigues disse
que emprestou o carro sem saber que o grupo iria a Atibaia.
"Não foi armação minha. Eu fiquei sabendo hoje [ontem].
Mas um time que empata com
Avaí e perde para Flamengo,
Náutico e Santo André tem que
ser cobrado mesmo. Eles foram
puxar a orelha do pessoal, e eu
gostei", disse Rodrigues.
Segundo ele, a Mancha "é incontrolável", mesmo mantendo boa relação com o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. "No
sábado retrasado estivemos
com o Belluzzo na quadra da
Mancha. Ele foi aplaudido por
uns dez minutos. Depois, o time não ganhou mais. Mas acho
que ele vai entender, ele é da arquibancada, não é grã-fino", falou o presidente da Câmara.
A assessoria do clube disse
não saber de nada, e Toninho
Cecílio não foi encontrado.
A cobrança da principal organizada palmeirense aconteceu
na véspera daquele que foi chamado pelo meia Diego Souza
como "o jogo do título".
Provavelmente, nas contas
iniciais do jogador, o rótulo não
seria colado no duelo desta noite. Mesmo com chances de arrematar a taça, o Goiás é o concorrente direto mais distante.
O Palmeiras, aliás, não olha
mais apenas para trás. Com a
vitória de ontem do São Paulo,
a equipe alviverde está neste
momento um ponto atrás do rival tricolor, que tenta obter seu
quarto título consecutivo.
"A gente era bom até três rodadas atrás. Por que, agora, somos ruins?", questionou o zagueiro Danilo, incomodado.
Irritação compreensível se
forem analisados os números
da defesa, que levou sete gols
nos últimos três confrontos.
Com Muricy Ramalho, tido
como armador de defesas sólidas nos tempos de São Paulo
-a do título de 2007 sofreu míseros 19 gols em 38 jogos-, esse
setor entrou em colapso.
Em 17 jogos à frente do Palmeiras, o técnico viu seus pupilos serem vazados 21 vezes.
Pane na defesa? No ataque
também. A equipe não fez gol
nos últimos três confrontos.
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