São Paulo, quinta-feira, 29 de outubro de 2009

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Na "carona" de vereador, Mancha cobra Palmeiras

Principal torcida organizada pega emprestado carro do presidente da Câmara Municipal para viajar até Atibaia

Líder de uniformizada fala por uma hora com time, que não vence há 4 partidas e tenta reagir hoje, contra o Goiás, em seus domínios

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
EVANDRO SPINELLI
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na antevéspera de jogar uma decisão contra o Goiás, os jogadores do Palmeiras tiveram "preleção" da principal organizada do time. Cinco integrantes da Mancha Alviverde foram a Atibaia para cobrar os atletas.
Viajaram até a concentração palmeirense em um veículo do vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), que é presidente da Câmara Municipal e presidente de honra da organizada.
Segundo relato de um dos presentes, que se identificou como Fepasa, um dos líderes da torcida, Paulo Serdan, falou por cerca de uma hora com os jogadores. O técnico Muricy Ramalho não esteve presente no encontro, mas o gerente de futebol Toninho Cecílio, sim.
"O pessoal ficou quieto escutando e concordou que precisava ouvir algumas coisas, que a cobrança estava muito leve", afirmou Fepasa.
O vereador Rodrigues disse que emprestou o carro sem saber que o grupo iria a Atibaia. "Não foi armação minha. Eu fiquei sabendo hoje [ontem]. Mas um time que empata com Avaí e perde para Flamengo, Náutico e Santo André tem que ser cobrado mesmo. Eles foram puxar a orelha do pessoal, e eu gostei", disse Rodrigues.
Segundo ele, a Mancha "é incontrolável", mesmo mantendo boa relação com o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. "No sábado retrasado estivemos com o Belluzzo na quadra da Mancha. Ele foi aplaudido por uns dez minutos. Depois, o time não ganhou mais. Mas acho que ele vai entender, ele é da arquibancada, não é grã-fino", falou o presidente da Câmara.
A assessoria do clube disse não saber de nada, e Toninho Cecílio não foi encontrado.
A cobrança da principal organizada palmeirense aconteceu na véspera daquele que foi chamado pelo meia Diego Souza como "o jogo do título".
Provavelmente, nas contas iniciais do jogador, o rótulo não seria colado no duelo desta noite. Mesmo com chances de arrematar a taça, o Goiás é o concorrente direto mais distante.
O Palmeiras, aliás, não olha mais apenas para trás. Com a vitória de ontem do São Paulo, a equipe alviverde está neste momento um ponto atrás do rival tricolor, que tenta obter seu quarto título consecutivo.
"A gente era bom até três rodadas atrás. Por que, agora, somos ruins?", questionou o zagueiro Danilo, incomodado.
Irritação compreensível se forem analisados os números da defesa, que levou sete gols nos últimos três confrontos.
Com Muricy Ramalho, tido como armador de defesas sólidas nos tempos de São Paulo -a do título de 2007 sofreu míseros 19 gols em 38 jogos-, esse setor entrou em colapso.
Em 17 jogos à frente do Palmeiras, o técnico viu seus pupilos serem vazados 21 vezes.
Pane na defesa? No ataque também. A equipe não fez gol nos últimos três confrontos.


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